No pequeno mercado português, os "downloads" afectam pouco as vendas, mas podem dar maior visibilidade aos artistas. Falamos com responsáveis pela Bor Land e Loop.

O mercado discográfico português não tem o poder nem a dimensão da maioria dos mercados internacionais. As pequenas editoras encaram a pirataria como uma forma de publicidade porque é complicado fazer grandes investimentos para bandas que editam poucos discos. O JPN falou com duas editoras portuguesas que desvalorizam os perigos da pirataria, mas com algumas condicionantes.

O dono da pequena editora portuense Bor Land, Rodrigo Cardoso, considera que a pirataria de mp3 afecta a sua editora, mas indirectamente pois “para tiragens de 1.000 e 2.000 discos isso é insignificante e é mesmo uma mais valia que haja circulação desses discos na Internet, pois proporciona uma promoção dos artistas”. Refere ainda que “o fundamento das autoridades está apenas no acto ilegal de roubar direitos e não no perder dinheiro das editoras”.

Já Rui Miguel Abreu da Loop Recordings refere que o “estado da rádio em Portugal faz com que a única maneira das pessoas ouvirem discos e nomeadamente discos de pequenas editoras independentes é através dos programas de partilha de ficheiros. Porque os discos que editamos não chegam às rádios ou pelo menos às rádios que têm uma maior influência”.

Ambos concordam que a pirataria pode realmente tirar algum dinheiro às grandes editoras, mas consideram uma questão muito difícil de controlar pelas autoridades responsáveis.

Pedro Gonzaga Nolasco