Trinta anos de carreira resvistos em poemas e partituras. Esta é a proposta do livro “João Gil – Livro de Canções”, o primeiro da colecção lançada pela Casa da Música (CM), através da editora Almedina.

Dos Trovante à Filarmónica Gil, o mais recente projecto com a “chancela” João Gil, passando pela Ala dos Namorados e pelos Rio Grande, ficam registadas neste livro as palavras e as notas musicais de 21 canções que ficaram para a história da música portuguesa.

João Gil lembrou, na apresentação pública do livro, que decorreu ontem na CM, que “fazer canções é um acto extremamente solitário, mas também um acto de partilha que afecta a vida das pessoas”. “Nós funcionamos como um veículo de emoções”, acrescentou o compositor.

O músico tem dificuldade em escolher uma canção favorita, mas guarda de boa memória duas músicas em particular: “Saber que, ao som do ‘Perdidamente’, houve pessoas que se apaixonaram e que a canção ‘Timor’ ajudou a angariar dinheiro para instituições, dá-me algum orgulho”.

Carlos Pinto, da editora Almedina, disse que não queria fazer deste livro “apenas um livro de canções, mas também um livro de memórias da obra de João Gil”.

Com a colecção de livros de canções, a CM pretende “estimular músicos profissionais e amadores a tocar e a cantar música de autores portugueses”, salientou Maria João Araújo, da Direcção de Educação e Investigação da instituição.

Rui Veloso, da formação dos Rio Grande e amigo de João Gil, esteve também presente. Depois dos discursos da praxe, juntaram as violas e recordaram algumas canções. O segundo livro da colecção vai incidir sobre as canções de Rui Veloso.

Texto e foto: Luís André Florindo