Cerca de 100 pessoas manifestaram-se ontem, domingo, contra a presença americana no Iraque. A concentração, iniciativa do Movimento da Paz, que congrega cerca de 50 organizações de esquerda, teve lugar na Praça D. João I e foi convocada no âmbito do terceiro aniversário da invasão do país.

O imperialismo norte-americano, a política das guerras preventivas e a influência das multinacionais em “extinguir os recursos de países que viviam em paz” foram os principais tópicos de protesto, explica o secretário geral da União de Sindicatos do Porto (USP/CGTP), João Torres.

O coordenador da USP manisfestou-se ainda contra os pretextos da administração norte-americana, considerando que a actual situação de destruição do país demonstra que “a ocupação não tinha como objectivo a libertação do povo iraquiano”, já que “a invasão do Iraque baseou-se num monte de mentiras. É evidente que o Saddam também não era flor que se cheirasse, mas os factos vieram provar que, com a ocupação, foi pior a emenda do que o soneto”.

As recentes declarações da administração norte-americana referentes à possibilidade de guerra preventiva contra o Irão ou quaisquer outros países que ameacem a segurança dos EUA, também foram encaradas por João Torres como prova de que Portugal nunca deveria ter participado na guerra.

Uma hora depois do início da manifestação, cerca de 50 pessoas assistiram no pequeno auditório do Teatro Rivoli a um concerto do Quarteto Mesopotâmia, um grupo iraquiano de música árabe exilado em Paris.

André Sá