Em França, o dia de hoje, terça-feira, fica marcado por uma nova onda de contestação contra a política de emprego do governo de Dominique de Villepin.

Os protestos deixaram de ser apenas manifestações de rua, para assumirem agora contornos de greve geral. O sector dos transportes foi o primeiro a aderir, com várias paralisações a afectarem os diferentes transportes públicos.

São esperadas novas manifestações de rua ao longo do dia em diversas cidades francesas. Paris é o alvo de todas as atenções. É na capital francesa que se espera a maior concentração de hoje.

Este é um dia considerado crucial para o desfecho da crise social, despoletada há oito semanas pelo polémico Contrato de Primeiro Emprego (CPE), uma das principais medidas da reforma do Código Laboral francês. O diploma permite às empresas recrutar jovens licenciados e submetê-los a contratos a prazo de dois anos. Neste período, os jovens podem ser despedidos sem justa causa.

A mobilização para os protestos de hoje vão definir os contornos da contestação: ou aumenta de intensidade e gera uma crise social grave, ou começa a perder força, devido ao desgaste da população.

Ainda assim, os sindicatos gauleses esperam uma mobilização forte para obrigarem o governo de de Villepin a retirar o CPE.

Para quinta-feira está marcada a decisão do Conselho Constitucional francês, que vai apurar a constitucionalidade da Lei de Oportunidades, onde está incluído o polémico CPE.

Ricardo Bastos
Foto: Carina Branco (em Nimes, França)