O conflito no Líbano pode ter sido planeado por Israel, com a ajuda dos Estados Unidos. De acordo com uma investigação da revista “New Yorker”, vários dirigentes israelitas viajaram até Washington para explicar o seu plano à Administração Bush e conseguir o apoio para o avanço da ofensiva militar.

“Israel começou com o vice-presidente Dick Cheney. Eles queriam ter a certeza de que tinham o seu apoio, bem como do Conselho de Segurança Nacional”, revelou fonte anónima da Casa Branca. “Persuadir o Presidente [Bush] nunca foi problema, e a secretária de Estado, Condoleezza Rice, também embarcou”, escreve o jornalista Seymour Hersh, na “New Yorker“.

Hersh avança que a Administração Bush teria várias intenções com a ofensiva israelita. Desde logo, o ataque poderia servir como “teste” a um futuro ataque aéreo norte-americano às instalações nucleares iranianas. Depois, o departamento de Estado norte-americano considerava que o Governo libanês seria legitimado com o enfraquecimento do Hezbollah.

A Casa Branca e o Governo de Israel já negaram o artigo, mas a revista insiste na veracidade do seu conteúdo.

ONU envia 3.500 homens para o Líbano

3.000 a 3.500 “capacetes azuis” vão ser enviados para o sul do Líbano, dentro de dez a quinze dias, constituindo a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL). No entanto, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, admitiu hoje que poderão passar “semanas ou meses” até que a força prevista pela Resolução 1701 esteja completa.

A resolução prevê o reforço da FINUL até 15.000 homens contra os actuais 2.000 no terreno, para apoiar os 15.000 soldados do exército libanês, em paralelo com a retirada israelita.

Meio milhão de deslocados retorna a casa

De acordo com estimativas da ONU, pelo menos meio milhão de libaneses, deslocados pelo conflito entre Israel e o Hezbollah, está a viajar para o sul do país, provocando a quase total paralisia das estradas.

Entretanto, já está marcada para o início da próxima semana, na Finlândia, uma reunião para a reconstrução do Líbano. Os principais candidatos são, para já, as empresas francesas e norte-americanas, depois de ambos os países terem estado na origem da aplicação da resolução que impôs o cessar-fogo.