Os líderes da União Europeia (UE) chegaram, esta sexta-feira, em Bruxelas, a um acordo sobre uma política energética amiga do ambiente, avança a AFP, citando fontes europeias. O compromisso é que até 2020 sejam reduzidas em 20% as emissões de gases de efeito estufa.
A chanceler alemã Angela Merkel estimou que, com o acordo, a UE aprovou “uma posição de liderança mundial em matéria de política energética”.
O primeiro dia da Cimeira da Primavera começou na quinta-feira. Os políticos da UE chegaram a um acordo sobre os temas gerais da política energética europeia proposta pela Comissão Europeia (CE). No entanto, no debate pela defesa das “energias verdes”, os líderes decidiram que a CE deve discutir com cada país as metas com as quais se podem comprometer individualmente.
A partir da meta global do uso de energias obtidas de fontes primárias renováveis (vento, água, sol e biomassa) deverão ser estabelecidas quotas diferenciadas para cada país. Os Estados-membros vão poder optar por estabelecer metas nacionais para cada sector das energias renováveis (electricidade, biocombustíveis, aquecimento e refrigeração).
Os líderes dos países comunitários concordaram em reduzir as emissões de dióxido de carbono com o principal objectivo de combater as alterações climáticas e a dependência ao petróleo. Outra das metas a alcançar é conseguir que 10% dos transportes utilizem biocombustíveis até 2020 e chegar aos 60 ou 80% de utilização de energias renováveis em 2050.
França defende energia nuclear
O primeiro dia de trabalho foi marcado por alguns desacordos entre os líderes da CE. A Polónia, a República Checa, a Eslováquia e a França colocaram obstáculos ao compromisso de 20% de energias renováveis até 2020. A França defende a energia nuclear como sendo a mais limpa e alternativa. O país depende fortemente desta fonte energética.
O Luxemburgo apelou a que existam ajudas estatais que amparem a aposta nas energias limpas. A Espanha reafirmou o seu compromisso com os objectivos mais ambiciosos. No entanto, assinalou que, se as metas forem obrigatórias, deve haver um esforço idêntico por parte de todos os países.
O primeiro-ministro português, José Socrates, rejeitou a introdução de energia nuclear em Portugal. A opção portuguesa são as energias renováveis, como a éolica e a hídrica.