O Ministério da Educação italiano interditou a utilização de telemóveis nas salas de aula. A medida é rigorosa: quem transgredir o novo regulamento, aprovado pelo ministro Giuseppe Fioroni, vai sofrer punições.
Os docentes terão legitimidade para confiscar temporariamente os telemóveis, caso a sua utilização esteja a ser feita nas salas de aula. Os professores estão autorizados a devolvê-los apenas na presença dos encarregados de educação.
Os castigos para os estudantes que não cumprirem o novo regulamento terão intensidade diferente, podendo, nos casos mais graves, chegar à proibição de realizar os exames finais.
De acordo com Fioroni, as medidas visam não só impedir a distracção dos alunos e a falta de respeito ao professor, como evitar a utilização dos aparelhos como forma de registo de episódios violentos entre os estudantes.
Utilização prejudica desempenho
Em Portugal, não existe qualquer tomada de posição do Governo sobre a utilização do telemóvel na sala de aula. Contudo, a opinião de que o aparelho perturba a atenção e o decorrer normal das aulas parece ser geral.
Silvana Alves, estudante da Academia Contemporânea do Espectáculo, no Porto, concorda com a ideia implementada em Itália, ainda que não totalmente. “Acho bem que não seja utilizado na sala de aula, mas concordo que os alunos possam ter o telemóvel ligado com eles”, disse, concordando com uma possível implementação de uma regra semelhante em Portugal.
“Usar o telemóvel só prejudica a aula”, diz. No entanto, não crê que a interdição impeça o comportamento conturbado dos estudantes.
Cristina Costa, professora na mesma escola profissional, concorda com a medida de Giuseppe Fioroni. “Eu também proíbo a utilização do telemóvel, porque incomoda a aula. É impossível dar uma aula se os telemóveis estiverem sempre a tocar”, argumenta. Quanto aos resultados da restrição imposta em Itália, a professora não duvida da eficácia do método de interdição: “claro que funciona”.
A professora crê que esta acção do Ministério da Educação transalpino não é exagerada. “Não é uma medida restritiva. É uma atitude que tem de se tomar na aula. Os alunos têm de respeitar os professores e vice-versa. Trata-se de uma medida para os dois”.