Cerca de 50 publicações, entre revistas, jornais e livros, e painéis biográficos com resumos de etapas da vida de Agostinho da Silva estão em exposição no Museu Nacional de Imprensa, no Porto, até 17 de Junho.

A mostra “Agostinho da Silva: o ‘filósofo da liberdade’ na imprensa” integra-se nas comemorações do centenário do nascimento do pensador. Na inauguração, hoje, quarta-feira, estiveram presentes no apontamento o director do museu, Luís Humberto Marcos, e Renato Epifânio, da Associação Agostinho da Silva.

Entre as obras, estão textos como “Considerações”, “Sete cartas a um jovem filósofo” ou “Do Agostinho em torno de Pessoa” . Durante a palestra, foram recordados episódios da biografia do homenageado.

O objectivo de todas as homenagens tem sido, segundo Renato Epifânio, “suscitar a reflexão pública sobre as ideias de Agostinho da Silva”, alguém que “viveu conforme as suas ideias”.

Todos os artigos expostos servem apenas como “pequenina homenagem a uma figura imensa que deixou marcado o seu pensamento”, referiu Luís Humberto Marcos.

Apesar de grande parte da assistência na inauguração desta tarde ser de uma faixa etária superior aos 40 anos, os oradores não deixaram de manifestar alegria ao constatar que a população estudantil está cada vez mais interessada no pensamento libertário agostiniano.

Renato Epifânio caracterizou Agostinho da Silva como “um homem de pensamento e acção, duas vertentes não contraditórias e, no caso de Agostinho, uma extensão uma da outra”.

Por tudo quanto realizou, o homenageado parecia ter vivido “não 88 anos, mas sim sete vidas” e que a exposição era insuficiente para homenagear alguém que fez tantas coisas”.

Epifânio referiu mesmo que a filosofia de Agostinho consegue “reunir, sem constrangimentos, pessoas de esquerda e de direita, idealistas e materialistas, pessoas muito religiosas ou ateus convictos”. Através do legado agostiniano, “conseguem dialogar pessoas à partida muito distantes entre si”.

“A obra de Agostinho tem suscitado o interesse de outras culturas, de gente de outras paragens, o que é muito importante”, rematou Epifânio.