O doce balançar das ondas assemelha-se ao balançar de um berço de bebé, o que ajuda o sono a instalar-se. São 7h30, horas de acordar e recolher as redes. Lá fora as gaivotas lutam entre si por um bocado de peixe, os golfinhos fazem o seu bailado, acompanhando o “Mãe Puríssima”.
No alto mar com os pescadores:
Parte 1: “Se tiver que morrer no mar, morro feliz”
Parte 2: O lançamento das redes
Parte 3: As carícias do oceano
Parte 4: Quando o mar e a terra se “juntam”
O mestre já se encontra nos comandos das operações. Explica que cada rede retirada é chamada uma caçada, que existem redes de dimalhado de um pano própria para a pescada e redes de tresmalho de três panos para peixe maior. Entusiasmado, conta ainda que há três semanas atrás viu pela primeira vez no mar baleias de sete metros, que estavam certamente em viagem para os Açores.
A tripulação encontra-se na parte inferior a recolher as redes. Na parte superior só se encontra um homem, que vai estendendo as redes para a próxima pescaria. Os peixes vêem às manadas, sós ou teimam em não subir à superfície. Saem do mar peixes de todas as cores e feitios, mas principalmente pescada e peixe-galo, a especialidade do “Mãe Puríssima”.
Às 14h37 é retirada a última bóia de sinalização. Na “sala de operações”, onde o pescado é retirado das redes, há uma grande azáfama. Os homens encontram-se animados com o final de mais um dia de trabalho.
Enquanto o barco faz o caminho de regresso, os tripulantes vão limpando a parte inferior da embarcação onde se faz a selecção do pescado. São 15h00 e a tripulação almoça no convés. O “Mãe Puríssima” acelera novamente o passo para chegar depressa a terra.
Os golfinhos teimam em perseguir a embarcação. São 16h30 e já se avista terra ao longe. Finalmente chega-se a terra, às 17h15.