Olhar para a sociedade contemporânea e ganhar consciência da bipolaridade das opções pessoais e da possibilidade de combinar o institucional com o não-institucional, o pré-definido e a criatividade. Este é um dos temas da exposição “Violência Institucional e Poética”, aberta ao público a partir desta sexta-feira, no Museu de Serralves. A partir da mesma data, vai estar exposta a “Fonte dos Cem Peixes”, de Bruce Nauman.

O director-adjunto do Museu de Serralves, Ulrich Loock fez uma visita guiada pelas exibições e, em conferência de imprensa, destacou a recente obra de 2005 de Bruce Nauman, um dos mais importantes artistas da segunda metade do século XX, descrevendo a peça como um resumo da carreira do norte-americano, iniciada nos anos 1960.

A exposição de Nauman é composta por uma só obra, a “Fonte dos Cem Peixes”. Os 100 peixes, que na realidade são 97, são moldes de peixes em bronze, suspensos por cima de um grande reservatório de água.

Violência institucional em forma de poesia

A outra exposição, da autoria de Anne-Lise Coste, Tatjana Doll e Erik Van Lieshout ganhou o nome de “Violência Institucional e Poética” e desdobra-se entre som, vídeo e pintura, tendo por objectivo distanciar-se de noções de ready-made.

Uma das obras de Van Lieshout traduz-se num cinema drive-in, onde o visitante é convidado a entrar no carro e ver uma espécie de película caseira filmada pelo artista no seio de uma família nouveau-riche carregada de problemas.

A francesa Anne-Lise Coste contribui com alguns dos seus desenhos compostos pela letra e pela palavra, que pretendem mostrar a linguagem tal como ela é dita, com todos os seus lugares-comuns, aos quais muitas vezes não é possível fugir.

Ambas as exposições abrem as suas portas ao público esta sexta-feira. “Fonte dos Cem Peixes” termina no dia 6 de Julho, e “Violência Institucional e Poética abandona Serralves uma semana mais tarde, a 13 de Julho.