Luís Filipe Menezes apresentou, esta quinta feira, a demissão do cargo de presidente do PSD. Convocou eleições directas para 24 de Maio deixando apenas um mês para a apresentação das novas candidatuiras.

Durante seis meses, Menezes esteve à frente dos destinos do partido democrata. Em meio ano o autarca foi apontado por muitos pela sua falta de coerência política e pelas sucessivas contradições.

De só sair “à bomba” até à demissão

Depois de ter afirmado que “não saía do partido nem à bomba” e de dar ênfase à “traquilidade” com que as eleições de 2009 estavam a ser preparadas, o líder democrata não esperou muito para pôr um ponto final ao seu percurso de seis meses de liderança.

Candidatura: sim ou não?

Na conferência de imprensa de quinta-feira à noite, Menezes avisou que não tencionava recandidatar-se nas próximas directas do partido. “Vou solicitar, na próxima semana, ao Conselho Nacional, que convoque directas para 24 de Maio. Não estou na corrida”, sublinhou.

Mas, na sexta-feira, vozes da direcção do PSD indiciavam que Menezes pode, afinal, candidatar-se. Marco António Costa, actual líder da distrital do Porto do PSD e “número dois” de Menezes em Gaia, é um dos apoiantes de uma candidatura do líder demissionário às eleições de Maio.

Os motivos da demissão

O lider do PSD salienta as constantes críticas internas como um dos principais entraves à sua governação. “Reconheço que não consegui vencer estas contrariedades e assumo a inteira responsabilidade. Para mim chega, basta”, afirmou.

Já enquanto era opositor de Marques Mendes, então líder do PSD, Menezes considerava saudável para o partido existirem permanentes alternativas à liderança do partido. “É normal haver alternativas permanentes à liderança” , afirmava, em Março de 2007, numa entrevista à TSF.