O Homem do Leme foi a primeira praia do Porto a receber a bandeira azul. Este ano foram galardoadas 193 praias no total.

A Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) atribuiu, este ano, a bandeira azul a mais três praias do que o ano passado e a 16 portos e marinas. No total, foram nove as praias que conquistaram pela primeira vez a bandeira azul, enquanto Portugal soma 193 locais com o título.

O reconhecimento da praia do Homem do Leme “foi conseguido através de um esforço entre a Câmara do Porto, a Águas do Porto, a Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL) e o Ministério do Ambiente”, como realçou Álvaro Castello-Branco, vice-presidente da Câmara do Porto, durante uma conferência de imprensa, esta terça-feira, na praia galardoada, que se torna na primeira da cidade a receber tal classificação.

Álvaro Castello-Branco lembrou que a conquista de bandeiras azuis foi um projecto lançado pela autarquia em 2006 e que as suas expectativas passam por “aumentar o número de bandeiras azuis nas cinco praias da costa do Porto”.

Joaquim Poças Martins, presidente da Comissão de Estruturação da Empresa Municipal Águas do Porto, recordou que “a viabilidade de um projecto desta natureza só é possível quando as entidades remam para o mesmo lado”.

O responsável da Águas do Porto salientou que “é essencial que as pessoas se liguem ao saneamento se querem ter uma praia limpa” e garantiu que “neste momento, todas as casas que drenam para a zona das praias estão em condições de fazer a ligação”.

Joaquim Poças Martins lembrou que “todas as praias do Porto, pela primeira vez, desde sempre, estão certificadas oficialmente como zonas balneares” e explicou que “uma praia com bandeira azul é uma praia que é 20 vezes mais despoluída do que uma praia já certificada”. O dirigente da Águas do Porto afirmou que o objectivo da empresa é “conseguir mais duas ou três bandeiras azuis em 2009”.

Poças Martins destacou ainda que o projecto de conquista de bandeiras azuis envolveu um novo interceptor de águas pluviais, no valor de cerca de um milhão de euros, que está a ser construído entre o Castelo do Queijo e a Foz do rio Douro e “vai estar pronto no final do mês”. A obra tem como função “receber águas pluviais poluídas, conduzi-las à estação de tratamento e impedir que mesmo as águas limpas das chuvas incomodem as pessoas quando estão na praia”.

Brogueira Dias, da APDL, salientou o esforço que a Administração dos Portos do Douro e Leixões tem feito para garantir a “alimentação artificial das praias do Porto”, e lembrou que “nos últimos dez anos foram colocados mais de dois milhões e meio de metros cúbicos de areia junto ao Castelo do Queijo”, provenientes do porto de Leixões.

Piscinas naturais são uma possibilidade

No que diz respeito aos projectos inseridos no âmbito das obras de requalificação, Poças Martins afirmou “que seria interessante criar piscinas duas naturais” na zona da Foz, para “contornar o vento forte, a água fria e a ondulação do mar e uma na zona da praia das Pastoras, onde há condições para criar uma piscina com a dimensão de dez piscinas olímpicas”.

Questionado sobre a segurança nas praias, fora do período balnear, cujo início foi este ano foi antecipado no Porto para 15 de Junho, Álvaro Castello-Branco afirmou que “não é possível garantir nadadores-salvadores todo o ano”.

A bandeira azul é atribuída todos os anos, desde 1987, às praias e marinas que cumpram 22 critérios, entre eles a qualidade das águas.