Daqui a dois anos, a Galp vai dar início à perfuração do solo da costa portuguesa. Antes, irá decorrer o processo de avaliação sísmica, o qual permitirá descortinar quais os locais onde será mais provável encontrar o crude.

Ana Margarida Pereira, responsável pela comunicação externa da Galp, confirma que a pesquisa já começou. “Os projectos na costa portuguesa estão em curso e foram realizados trabalhos de sísmica, que são os que permitem avaliar o potencial das zonas”, explicou ao JPN.

A exploração de petróleo na Bacia Lusitaniana caberá a um consórcio formado em 2007 e que, para além da Galp Energia (30% da participação), integra a Petrobras (50%) e a Partex (20%). Segundo a Galp Energia, “o consórcio formado pelas três empresas deverá concentrar-se na prospecção de hidrocarbonetos em regiões de águas profundas, visando a descoberta de petróleo”.

Financiamentos da exploração

Nuno Moutinho, professor de economia da Faculdade de Economia do Porto (FEP), diz que, apesar de ainda não haver conhecimento da probabilidade de encontrar petróleo, confia “na racionalidade económica das empresas e de uma organização como essa” e acrescenta que, “para essa exploração ter início, os benefícios esperados compensarão os custos”.

Por enquanto, a Galp procura agora financiamento que permita assegurar o investimento para além de é meados de 2010. Para isso, Ferreira de Oliveira, gestor da Galp, admite a possibilidade de criar uma empresa dedicada à exploração e produção de petróleo e cotá-la em bolsa.

Para Nuno Moutinho, esta alternativa tra vantegens, não só porque constituirá um “estímulo à concorrência”, como tendo em vista “a melhor gestão” da empresa. “Uma empresa, quando é demasiadamente grande e quando se dispersa por múltiplas áreas, se não fizer uma separação, a gestão torna-se cada vez mais difícil”, remata.