Belmiro de Azevedo considera que Portugal “tem “de saber viver em crise e daí crises tirar boas lições e criar novas oportunidades. O medo não é tolerável no mundo dos negócios”, realçou o patrão da Sonae, durante a apresentação do livro “O Medo do Insucesso Nacional”, da autoria do economista Álvaro Santos Pereira,e cujo prefácio é assinado pelo patrão da Sonae.

Numa sessão onde a crise económica foi tema incontornável, Belmiro de Azevedo mostrou-se taxativo sobre a situação em que o país se encontra “Ninguém sabe quando a crise vai acabar”, atirou.

“Se não acreditarmos nos portugueses, quem acredita?”

Álvaro Santos Pereira não pretende dar soluções para a crise, até porque “ninguém pode dar a solução para a crise”. Também não dá receitas mágicas, aponta apenas “possíveis caminhos para melhorar a situação em que nos encontramos”. É esse o ponto de partida para “O Medo do Insucesso Nacional”, o mais recente livro do economista.

Questionado sobre quem tem medo do insucesso nacional, o autor é peremptório: “Muitos portugueses. E porquê? Pela situação económico-financeira que o nosso país atravessa há quase uma década. Uma crise que foi agravada pelo euro e que, conjugado com a globalização, tem aumentado os problemas de Portugal”.

O economista acredita, porém, que é possível mudar o panorama actual. “Se não acreditarmos nos portugueses, quem acredita?” questiona. Para tal, “é necessário que numa situação de crise sejam tomadas medidas contra a crise”. Exemplos “para a retoma económica”: “Deixar de lado o projecto do TGV parece ser a melhor solução. Diminuir nos impostos e, sobretudo aumentar a competitividade das empresas nacionais”, sugere Álvaro Santos Pereira.

O autor mostrou-se igualmente crítico em relação às políticas governamentais que, diz, “preferem dar prioridade a um défice para agradar Bruxelas e esquecem a competitividade das empresas”.