A Associação dos Doentes Renais do Norte de Portugal (ADRNP) promoveu, esta quinta-feira, uma acção de rua para comemorar o Dia Mundial do Rim.

Uma “espécie de alerta”, lembra Viriato Gonçalves, um dos responsáveis pela associação. “Nós tentamos informar as pessoas dos problemas que podem existir e damos dicas, através de panfletos, sobre as causas das doenças renais”, acrescenta.

A ADRNP distribuiu panfletos e uma bola anti-stress pelos transeuntes que se encontravam em algumas zonas do Porto.

O que é a diálise?

É o processo que substitui artificialmente a principal função dos rins: a filtragem do sangue. Pode ocorrer de duas maneiras: por hemodiálise, em que a filtragem é feita por meio de uma membrana semipermeável artificial (uma espécie de filtro); ou por diálise peritoneal, em que a filtragem ocorre por meio do peritónio, uma membrana que cobre paredes abdominais.

Actualmente, um em cada dez portugueses sofre de doença renal crónica, ou seja, 800 mil portugueses sofrem da doença e cerca de 14 mil dependem de diálise ou necessitam de transplante.

O aumento de pessoascom diabetes e obesidade pode contribuir para números ainda mais elevados de pessoas com problemas renais. Também estão mais sujeitos a essas doenças aqueles que possuem hipertensão arterial, doenças hereditárias ou antecedentes familiares. No entanto, é certo que as doenças renais crónicas não escolhem idade nem sexo, atingindo até mesmo recém-nascidos. Anualmente, são registados cerca de 2200 novos casos de insuficiência renal crónica em todo o país.

Decreto facilita transplantes

Com o decreto Dec-Lei 22 /2007, o Governo facilitou os transplantes ao terminar com a limitação da colheita de órgãos não-regeneráveis. Ou seja, a nova legislação permite a existência de doadores vivos e directos quando se trata de uma relação de parentesco entre o doador e o doente até terceiro grau. Permite-se, assim, a doação de órgãos por cônjuges, por exemplo.

Todavia, ainda existe uma procura de rins para transplante muito superior às ofertas existentes. A medida não melhorou as condições daqueles que ainda fazem hemodiálise ou outras técnicas substitutas do funcionamento renal. “É preciso lembrar que existe um grande problema e de que o nosso Governo não se preocupa muito com as pessoas que fazem hemodiálise”, afirma o director da ADRNP, Raul Morais.

Podem ser doadores aqueles com mais de 21 anos, que tenham compatibilidade sanguínea com o receptor e que tenham passado no teste imunológico. A doação é voluntária, sendo crime qualquer tipo de comercialização de órgãos.