Na época 2001-02, o Vilanovense Futebol Clube alcançava a melhor época da sua história, ao chegar ao décimo lugar na 2ª Divisão, com uma deslocação a Alvalade para a Taça de Portugal, pelo meio. Seria o canto do cisne para o mais representativo clube de Vila Nova de Gaia que, a partir de 2005, entrou em declínio, com a sucessiva descida até aos campeonatos regionais.
A militar na 1ª Divisão da Associação de Futebol do Porto, o Vilanovense parece ter virado outra página da sua história. Actualmente, surge no quinto lugar na tabela de qualificações da Série 1 da, mantendo-se na perseguição do líder, o Sport Progresso.
O presidente é apontado por muitos como o principal responsável pelo ressurgimento do clube. No comando do clube desde o fim da época passada, Jorge Marques explica que “tem sido um ano difícil”, em que se tentou “reorganizar o clube numa luta contra a instabilidade que o marcava”.
José Carlos Afonso, treinador da equipa sénior, elogia o trabalho do dirigente e acredita que ele contribuiu, mais do que para os bons resultados, para o “ressuscitar” do clube.
História de uma clube quase centenário
O clube foi fundado a 1 de Janeiro de 1914 com o nome de Vilanovense Foot-Ball Club. Com longo historial nos escalões secundários do futebol português, o clube passou as décadas de 60 e 70, sempre entre a 2ª e a 3ª Divisão. Em 1986, fez o seu pior campeonato, voltando, quase após 20 anos, aos distritais da AFP. Depois do “brilharete” na época 2001-02, o Vilanovense Futebol Clube entrava então declínio, com a descida para a 1ª Divisão da AF Porto. A militar actualmente na, o clube conta com cerca de 950 sócios. O Parque Soares dos Reis é o actual “estádio” e tem capacidade para 3000 espectadores.
No comando da equipa há cinco semanas, José Carlos Afonso aceitou o “desafio” como forma de “ajudar o clube”. Embora ainda acredite na subida à Divisão de Honra, antevê uma tarefa “difícil”, pois não depende só dos resultados da sua equipa.
O técnico não gosta de fazer prognósticos. “Não há projectos no futebol”, diz, acrescentando que “o importante agora é fazer um bom final de época e devolver ao clube a honra perdida”, e “só depois pensar no próximo ano”.
Recuperação após “queda livre”
Ultrapassado que parece estar o capítulo mais negro da história do clube, o Vilanovense aponta novos rumos no sentido de chegar, saudável, ao centésimo aniversário. Para isso, o clube gaiense tem investido escolas de futebol, para além de ter reforçado a aposta noutras modalidades para além do futebol.
A política é bem acolhida entre os adeptos, para quem a subida dos seniores não é uma prioridade. “O clube honra muito bem o seu país e a sua cidade”, realça Paulo Carmo, que acompanha o clube de Soares dos Reis incondicionalmente.
Paulo Carmo está perto de completar 36 anos e, entre sorrisos, diz-se “adepto do Vila há 36 anos”. Para o também ex-atleta, “foi difícil ver o clube em queda livre”, mas considera que o Presidente, com a ajuda dos adeptos, colocou o clube num caminho que, embora longo, tem um futuro positivo à vista.
O Vilanovense parece regressar aos tempos de glória, segundo o Presidente da Comissão Administrativa, graças a uma palavra-chave: a “união, para a qual muito contribuíram os seguidores da equipa”.