Depois da reunião com os trabalhadores da Qimonda Portugal, o candidato do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara Municipal do Porto, João Teixeira Lopes não tem dúvidas que o Governo não presta atenção aos trabalhadores da fábrica sediada em Vila do Conde.
“Da reunião sai a constatação de que o Governo abandonou completamente os trabalhadores da Qimonda. Quer os trabalhadores, quer o próprio presidente da Câmara de Vila do Conde, não têm contactos com o Governo há bastante tempo, nem conseguem ser recebidos pelo primeiro-ministro”, realça.
O sociólogo realça, ainda, a sua preocupação com o facto de os trabalhadores estarem em regime de lay-off, sem terem formação profissional, o que “significa”, salienta Teixeira Lopes, que os trabalhadores estão “desocupados, desalentados e desejosos de terem essa formação”.
Para além disso, “recebem menos um terço do salário” fora os “descontos dos dois terços do salário”. O bloquista alerta ainda para a necessidade de reflectir sobre a formação dos trabalhadores, pois estes já têm um nível “bastante avançado”.
Venda por blocos não é “viável”
Para além da “atitude demissionária” do Governo, Teixeira Lopes mostra-se, também, preocupado com uma possível venda da fábrica por blocos. Essa é uma solução que, na opinião do bloquista, não será benéfica para os trabalhadores da fábrica de semicondutores.
“A Qimonda funciona de forma integrada e ser vendida por partes não me parece ser a solução mais viável. Creio que, se isso vier a acontecer, a maior parte dos trabalhadores serão despedidos.”
Teixeira Lopes não deixa, no entanto, de avançar com uma solução “mais viável”, inserida numa lógica de “integração”: “Uma excelente solução seria fazer ali um parque industrial, aproveitar os trabalhadores que temos e criar empresas na área da tecnologia”, realça.
Recorde-se que dentro de dois dias, a 31 de Maio, termina o prazo estipulado para encontrar investidores para a fábrica de semicondutores.