Aos 64 anos, Vital Moreira candidata-se, pela primeira vez, ao Parlamento Europeu. Militante do PCP até 1990, pelo qual foi deputado à Assembleia Constituinte, o cabeça de lista socialista às eleições europeias exerceu o cargo de juiz no Tribunal Constitucional durante cinco anos (1983-1989). O constitucionalista é também professor na Faculdade de Direito na Universidade de Coimbra e foi ainda deputado da Assembleia da República durante a década de 90, quando passou a integrar a lista do PS como independente.

Quais são os objectivos a alcançar em caso de vitória nas eleições europeias de 7 de Junho?

Fazer valer as opções do Partido Socialista constantes no seu manifesto eleitoral ao sugerir um novo rumo para a Europa e colocar as pessoas em primeiro lugar nas políticas europeias.

O que diferencia a sua candidatura da dos restantes candidatos?

A candidatura Socialista é a única que é europeísta e de esquerda. Haverá outras candidaturas europeístas mas que não são de esquerda e haverá outras forças de esquerda mas não são europeístas.

Um ano depois da implementação do Tratado de Bolonha, que balanço faz desta nova etapa do ensino superior em Portugal?

Uma etapa necessária para a harmonização europeia do ensino e das qualificações académicas para a mobilidade dos jovens, estudantes e professores e para o aprofundamento da cidadania europeia. Não sendo perfeito pode ser aperfeiçoado no futuro.

De que forma Portugal pode reforçar o seu papel na UE?

Levando a sério a União. Contribuir para as opções estratégicas como país fronteiro externa da União e como interface com África e Brasil.

O que é, para si, ser europeu?

É acreditar na UE e apostar na cidadania europeia.

Pensa que o incidente com a CGTP pode influenciar o voto dos eleitores?

Confio na vitória da tolerância e no respeito político dos adversários.

Como encara as críticas de que tem sido alvo Elisa Ferreira, membro da lista europeia que encabeça?

São críticas infundadas, sendo eleita no próximo dia 7 não é ilícito nem imoral candidatar-se às eleições locais que se seguem e só há que colocar em relevo a transparência e o respeito pelos eleitores no facto de ter anunciado previamente as suas intenções.