Apesar dos perigos associados à publicação de fotografias em redes sociais e à divulgação de dados pessoais na Internet, o número de sites de pornografia infantil diminuiu. Quem o confirma é Sara Robertson, do Internet Watch Foundation (IWF), no Reino Unido, que falou ao JPN sobre os casos de pornografia e de pedofilia infantil na Internet.

A responsável revelou que, no último ano, o número de sites decresceu. Contudo, avisa, há cerca de 1500 websites com conteúdos associados a abusos sexuais que são “dinâmicos e estão sempre a mudar de lugar”.

Para prevenir que os filhos tenham acesso a estes sites “os pais devem manter um diálogo aberto e certificarem-se que sabem o que eles fazem online“, destaca. Programas de bloqueadores de conteúdos e um sistema de denúncia de sites ilícitos são duas das medidas que podem ser tomadas como prevenção.

1536 sites com situações de abuso sexual

De acordo com dados do relatório do IWF de 2008, foram reportados 33.947 sites, 1536 dos quais apresentam conteúdos específicos de abuso sexual. Destes casos, 74% das imagens encontram-se em sites comerciais e 26% em não comerciais.

“Há alguns jovens que se despem [na Internet] a troco de dinheiro”

Em Portugal, existe, há cerca de um ano, um projecto dirigido às crianças para explicar a importância de não divulgar dados pessoais na Internet: o “Dadus“.

Sobre a pornografia na Internet, Clara Guerra, do Dadus, revela ao JPN que os pais cometem alguns erros que põem em causa a segurança dos filhos. “O que pode estar em causa é os pais considerarem que as crianças não têm idade para acederem a conteúdos pornográficos, como também não têm idade para verem filmes pornográficos ou estarem a ler revistas pornográficas”, revela.

“É bom que os pais ensinem as crianças a gerir o que encontram nos sites, a desligar e a não voltar lá”, acrescenta a responsável, que alerta que, para além da ausência de suporte familiar, muitas vezes é o próprio impacto económico da exposição na Internet que leva os jovens, conscientemente, a integrar as redes de pornografia e pedofilia.

“Há alguns jovens que se despem e se expõem a troco de dinheiro, são adolescentes já com alguma noção e que se despem e deixam filmar, mas conscientemente e que mandam isso”, conta, ao JPN, Clara Guerra. “Depois essas imagens são utilizadas posteriormente em redes e em sites de pornografia”, acrescenta.