A quarta edição do Trama terminou domingo e, apesar de ainda não haver números, o balanço parece positivo. “Correu bastante bem”, garante Rita Castro Neves, da Brrr_Live Art, que, juntamente com a Matéria Prima e a Fundação de Serralves, organiza o festival.

“Houve imenso público novo que não conhecíamos, um público que não é o habitual de Serralves, por exemplo”, diz a responsável.

Para o ano, permanece o objectivo de prosseguir a “linha experimental” do evento, bem como perpetuar o “cruzamento de públicos, parcerias e disciplinas” e “descobrir a cidade e os espaços”. Fica uma reflexão: fomentar os espectáculos de rua, já que este foi o primeiro ano em que o Trama não saiu para as artérias portuenses.

Os espectáculos

O espectáculo “Atom“, em que 64 balões de hélio reagiam à música electrónica de Robert Henke (dos Monolake), que aqui era acompanhado por Christopher Bauder, terá sido aquele que, segundo a organização, contou com mais público.

Também a noite de sábado com os concertos de KK Null e Soft Circle arrastou os adeptos da Trama até à Rua Passos Manuel.

“You Who Will Emerge From The Flood…”, performance de Juliana Snapper, afirmou-se como uma das grandes surpresas desta edição. A ópera subaquática, que contou com a colaboração de mais de 40 pessoas do coro Ensemble Vocal Pro Música, povoou a piscina do Clube Fluvial Portuense de promessas de futuro, ao contar a história de uma criatura que só sobreviveria debaixo de água (ver vídeo).

“Véronique Doisneau” do coreógrafo Jérôme Bel trouxe a melancolia ao Trama. A história da bailarina Véronique que não consegue sair das sombras das “stars” traçou um retrato do fim da carreira de cada um de nós.

“11 de Outubro de 2009, Teatro do Campo Alegre” de Miguel Pereira foi, na opinião de Rita Castro Neves, o melhor “ponto final” do festival. Em noite de eleições, 60 pessoas aceitaram assistir a uma peça ao contrário, que acabava com o verdadeiro início do espectáculo.