José Ferreira Duarte, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da FEUP, foi considerado a Personalidade Desportiva do Ano em 2009. O docente, em entrevista ao JPN, revela ter ficado “surpreendido” com o prémio da Confederação de Desporto de Portugal (CDP), sobretudo porque considera que está há “pouco tempo ligado ao desporto automóvel”. Apesar disso, sente-se “honrado” pela distinção e reconhece que “encaixa bem no espírito de um docente universitário” e até da própria gala em que foi galardoado, “subordinada ao tema ‘Acreditar na Formação'”.
Já a pensar na próxima edição do troféu monomarca, criado nos gabinetes da FEUP, José Ferreira Duarte considera que o sucesso consolidado desde o arranque da competição, em 2007, representa “maior motivação, mas também acrescida responsabilidade para 2010”.
A competição vai continuar com a presença dos Fiat Uno 45 (FEUP1) e dos Fiat Punto (FEUP2) desde que “surjam interessados em número suficiente nas duas categorias”. Enquanto que a maioria das categorias do Campeonato Nacional de Velocidade se debate com escassas listas de inscritos, o mesmo não acontece com o ‘Desafio Único'”, pois “muita gente nova tem contactado a organização, oriunda sobretudo do karting e sem outras saídas competitivas”.
Um sucesso alicerçado no facto de “ser uma fórmula económica e muito competitiva”, bem como no rigor de uma organização que conta, agora, com o “importante apoio por parte da direcção da FEUP”. Por isso mesmo, o “problema maior no ‘Desafio Único'”, garante Ferreira Duarte, “prende-se com o limite máximo de quarenta participantes na Categoria FEUP1”.
Competição é desvalorizada pela Universidade
“Satisfeito pelo sucesso” mas, sobretudo, por “permitir a mais pessoas” o “acesso à competição automóvel”, Ferreira Duarte lamenta que “haja muita gente da Universidade, incluindo da Faculdade de Engenharia, que desconheça a amplitude e as possibilidades desta competição”.
O docente gostaria de ver mais envolvimento por parte da Academia na prova, porque “as corridas de automóveis são uma forma de estudo”, que assumem “um papel pedagógico, de pré-profissionalização” que permite “a passagem do mundo académico ao universo profissional a recém-licenciados, integrando equipas apoiadas pela Universidade”. “Os alunos já participam em todos os níveis da competição, desde a gestão da equipa à pilotagem, passando pelas incumbências de manutenção mecânica”, justifica.
José Ferreira Duarte gostaria, também, de ver mais equipas de outras universidades a participar no “Desafio Único”, dando o exemplo “do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra”, que marcou presença na prova. Compreende, no entanto, que “muitos projectos ficam pelo caminho devido às dificuldades económicas”.