Elaine Fuchs é uma das mais citadas cientistas do planeta. Conhecida pelos estudos em células estaminais da pele e repercussões dos mesmos na investigação de doenças como o cancro da pele, a cientista norte-americana esteve presente, na segunda-feira, no Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) do Porto. Convidada para dar início à XIII edição do Programa Doutoral GABBA, Elaine Fuchs apresentou, perante uma plateia repleta, o tema “Células estaminais da pele: biologia e promessa clínica”.
Durante mais de uma hora a cientista e investigadora explicou tudo o que tem vindo a ser feito no ramo do estudo das células estaminais da pele, um campo que classifica de “naturalmente fascinante”. Discorrendo sobre as mais recentes descobertas e experiências realizadas no seu laboratório, Fuchs demonstrou a importância das mesmas no estudo da pele e as aplicações médicas no tratamento de desordens e cancros de pele, na resolução de problemas de calvície e até na cura de certos tipos de cegueira.
Ao JPN, falou sobre a investigação de células estaminais em Portugal, ramo que, acredita, “tem recebido um grande apoio por parte do Governo” recentemente. “Sinto que, tanto o Governo, como o sector privado português têm reconhecido e apoiado cada vez mais os esforços do estudo das células estaminais”, refere, acrescentando que “há em Portugal um programa de graduação muito dinâmico nas ciências básicas”.
Apoio à investigação cresce no continente europeu
O mesmo tem acontecido um pouco por toda a Europa, que tem “aumentado o seu esforço na investigação através da fundação da União Europeia e do Conselho de Investigação Europeu” e apoiado “as ciências básicas e, em particular, os seus investigadores”.
“Nos últimos cinco anos tenho visto um número crescente de cientistas europeus que, dos Estados Unidos, voltam às suas raízes europeias, conseguindo posições importantes nas suas faculdades”, exemplifica. “Uma das razões para tal facto prende-se com o esforço crescente na fundação das ciências básicas e acho que, por exemplo, Portugal está também a aprender isso e a desenvolver programas de graduação absolutamente soberbos, não só em Lisboa, como também aqui no Porto”.
Para além da importância da investigação de Elaine Fuchs no estudo da pele, o seu trabalho tem trazido repercussões, também, no estudo das próprias células estaminais, tentando explicar quais as principais vantagens das células estaminais e o que as permite auto-renovarem-se e reproduzirem-se, diferenciando-se e dando origem a diferentes tipos de células.
Condecorada recentemente com a Medalha Nacional da Ciência (nos Estados Unidos da América), Elaine Fuchs assumirá funções como Presidente da Sociedade Internacional de Investigação de Células Estaminais ainda este verão.