Os Censos 2011 estabelecem que todos os cidadão são recenseados num alojamento, excluindo escritórios, hotéis e, claro, a rua. Os sem-abrigo são, este ano, contados em separado, exigência que exclui os locais onde dormem dezenas de desalojados. Face a isto, os sem-abrigo que passam as noites na Estação do Oriente, por exemplo, têm de ser incluídos nos dois edifícios com famílias mais próximos: as Torres São Rafael e São Gabriel. As habitações onde estes sem-tecto são colocados tratam-se de habitações de luxo.

“Os Censos 2011 não são os primeiros em que as pessoas sem abrigo são recenseadas, tal acontece já desde 1981”, esclarece ao JPN a chefe do serviço de comunicação e imagem do INE. A diferença, refere Maria Martins, está no facto de ser a primeira vez em que a variável “sem-abrigo” vai ser publicada de forma autónoma.

Os sem-abrigo recenseados na rua são ligados a um edifício e a um alojamento apenas com o obejctivo de “manter a coerência da informação e a numeração sequencial e hierárquica dos questionários”. Maria Martins define a situação como “fictícia”, garantindo que “não terá qualquer tradução nos resultados definitivos dos Censos, sobre edifícios e alojamentos”. Isto porque as pessoas são recenseadas de duas formas distintas: “pessoas sem-abrigo em centros de acolhimento” e “pessoas sem-abrigo na rua”.