A história dos mais antigos junta-se à narrativa dos mais novos. Todo o tipo de obras pode ser encontrada na Feira do Livro Novo e Usado, a decorrer hoje, sexta-feira, e amanhã na Reitoria da Universidade do Porto (UP).

A Feira do Livro Novo e Usado é, como muitas feiras, uma oportunidade para as dez livrarias com estantes montadas no certame. Desde a primeira edição que a livraria Lumiére participa na Feira da UP, porque, como esclarece Cláudia Ribeiro, é “uma maneira de dar a conhecer a livraria, de estar com colegas e conseguir outros clientes que não conhecem a loja”.

Quem visita a Feira da UP elogia este tipo de eventos. Carlos Soares é visitante habitual e confessa que gostava que este tipo de iniciativas iniciativas se repetisse mais vezes. “Há muita vantagem”, refere, acrescentando que “esta iniciativa deveria repetir-se com muita frequência”. Pedro Pereira também é um aficcionado das feiras do livro e, como tal, não faltou ao certame da UP, onde espera ser surpreendido com os livros à venda.

Livrarias presentes na Feira do Livro Novo e Usado da UP

  • Imprensa Nacional Casa da Moeda
  • Utopia
  • Vieira
  • Lumiére
  • Poetria
  • Varadero
  • João Soares
  • Moreira da Costa
  • Candelabro
  • Paraíso do Livro

Comprar um livro novo pode sair caro, por isso muitos optam pelos livros com alguma história, como os usados. Cláudia Ribeiro, da livraria Lumiére, explica que “fazendo a comparação” entre livros novos e usados, o desconto ronda, “normalmente”, os “cinquenta por cento”. “Compensa para quem compra, mas para quem vende não”, confessa. Já Miguel Carneiro, da livraria Moreira dos Santo, discorda. Participa na Feira do Livro Novo e Usado desde a primeira edição e considera que “o livro usado, em tempos de crise, acaba para os alfarrabistas”.

Com uma mão no futuro e um olho no passado

Há também quem olhe para o passado escrito nas obras literárias para tentar compreender o presente. Carlos Soares explica que vem à feira principalmente à procura de livros antigos, considerados por muitos uma relíquia. A obra mais antiga que Miguel Carneiro teve guardada na estante da livraria Moreira da Costa foi de Cissaro, de 1507. “Vendi-a por 500 euros, porque era uma tradução, não uma edição portuguesa”, esclarece.

Mas, com as novas tecnologias, surgem agora os e-books que muitos acreditam colocar em perigo a existência do livro tradicional. No entanto, Pedro Pereira vê-os como uma mais valia e não como uma ameaça ao livro em papel. “Eu nunca usei, mas qualquer instrumento que incentive as pessoas a ler é uma coisa óptima”, diz. Mesmo assim, prefere “ler um livro palpável”. Já Carlos Soares confessa ter utilizado as novas tecnologias. “Estou interessado, apesar da minha idade”, até porque, diz, “nascemos a aprender e morremos a aprender”.

Enquanto o futuro do livro tradicional está ainda por escrever, esta sexta-feira e sábado dez livrarias da Baixa do Porto juntam-se à Loja da UP, para, a preços convidativos, oferecerem obras para todos os gostos neste terceiro capítulo da Feira do Livro Novo e Usado. A Feira resulta do apoio que a UP tem dado ao “Bairro dos Livros”, projecto que tem como objectivo potenciar a grande concentração de livrarias que se encontram entre a Rua das Carmelitas e o eixo Carlos Alberto – Mártires da Liberdade.