Desde 2009 que o “Manobras no Porto” tem vindo a ser pensado, com o apoio da Câmara Municipal do Porto e da Porto Lazer, mas só depois de ter sido a proposta mais votada num concurso para angariação de financiamento se pôde concretizar. Até 2012, a cidade do Porto e o património imaterial do Centro Histórico vai ser reflectido e intervencionado por este programa cujo mentor é Carlos Martins.
“O Porto tem competências pessoais que podem e devem ser aproveitadas”, considera Carlos Martins, e não só de instituições ou profissionais. Artesãos, agentes culturais, associações amadoras e empresas são chamadas a intervir e a discutir quais as “manobras” de que a cidade necessita.
O director do programa critica a falta de cooperação que existe entre as instituições e as pessoas da cidade, reafirmando, assim, a importância do “Manobras no Porto” enquanto “plataforma onde essas estruturas se encontram”. “Queremos ser o ponto de encontro onde as pessoas falam a cidade”, sublinha.
Tirar projectos “da gaveta”
“Que Cidade é Esta? Que Cidade pode ser Esta?” é o tema para 2011. Nesse sentido foi lançada uma Convocatória Aberta a todos os cidadãos individuais. Vontade de participar com propostas para requalificar o património do Centro Histórico do Porto é o requisito mínimo.
Até ao próximo domingo, 17 de Julho, qualquer cidadão pode submeter candidaturas para projectos, neste que é o segundo momento de abertura a novas ideias (o primeiro resultou num convite a 30 instituições da cidade). Até agora, Carlos Martins revela que a “adesão tem sido muito boa”, principalmente por parte de jovens cujas iniciativas ficam, muitas vezes, “na gaveta” ou restritas a um público académico. “Pequenos projectos, estratégicos e mais localizados, que complementam os primeiros, têm chegado até nós”, explica, e serão avaliados até 15 de Agosto, data a partir da qual começam a ser contratualizados.
Exibições, instalações, gastronomia, conversas e documentários são as áreas possíveis, cuja concretização terá um momento alto entre 28 de Setembro e 2 de Outubro de 2011, no Festival das Expressões da Cidade. Até ao final de 2012, todas as ideias resultantes da Convocatória Aberta serão pensadas e, espera-se, postas ao serviço do Porto, numa “nova contaminação de abertura da cidade”.
