Foi a 6 de março de 1912 que o Orfeão Universitário do Porto (OUP) abriu as portas à música e aos estudantes. 100 anos depois, a data é assinalada com um programa extenso que só termina em março de 2013. Depois da Sessão Solene que marcou a abertura das comemorações no dia de aniversário, o Teatro Rivoli recebe amanhã, sábado, o Sarau do Centenário que vai reunir em palco “todos os grupos artísticos em celebração dos cem anos dedicados à cultura académica, coral e etnográfica”, como se pode ler no site oficial do OUP.
Para Rui Miguel Araújo, presidente do OUP, as “expectativas são altas”. É esperado um espetáculo “muito especial”, e que “desde 1943 é, por excelência, o marco da agenda artística da nossa instituição, altura em que em todos os grupos se apresentam à cidade e à comunidade académica”.
A propósito do primeiro século de vida, na Mensagem do Presidente, o Orfeão foi referido como um “signo do estudante universitário, de essências idealistas”. Rui Miguel Araújo lembra ainda que o OUP não esquece os ” sentimentos de esperança e união através da música” e lembra que este é “um ano que se avizinha difícil para todos, um ano em que a economia nacional tende para tudo menos para a cultura”.
O Orfeão Universitário do Porto e a integração dos estudantes
Dedicado à cultura portuguesa, o OUP integra 19 agrupamentos artísticos que congregam e introduzem os estudantes das faculdades da Universidade do Porto no ambiente estudantil. Rui Miguel Araújo lembra que “a vida académica há muito deixou de passar pela simples aquisição de competências técnico-científicas”. Por isso mesmo o presidente do OUP lembra a importância do grupo na construção de uma “vertente cultural”, tendo em conta a “preocupação de salvaguardar o património académico, musical e etnográfico”, remata.
“Pensar no presente e voltar ao passado”
Fundado em 1912, o Orfeão Universitário do Porto surgiu pela vontade de um conjunto de estudantes que consideraram importante o complemento da formação universitária através da introdução de atividades extracurriculares que visassem uma componente cultural e artística.
Com vários hiatos, resultado das circunstâncias sociais e políticas, o OUP sofreu a influência do ambiente social envolvente. “A adaptação a diferentes a diferentes realidades e ambientes faz parte integrante daquilo que é a génese da nossa instituição, de outra forma, a pluralidade que nos carateriza não faria sentido”, diz o presidente Rui Miguel Araújo.
A contínua adesão por parte dos estudantes, que rondam atualmente os cerca de 200, é, segundo Rui Miguel Araújo, explicada pela “história”, que não considera ser “uma dor de cabeça para os estudantes, mas antes, a porta de entrada para as suas próprias histórias”.
Quanto ao futuro do OUP, Rui Miguel Abreu lembra que só ao “pensar o presente e o passado” é possível construir os “elementos orientadores” para os próximos anos.