Skalibanz foi quem inaugurou o palco principal, ao pôr-de-sol. Estavam cerca de 30 pessoas junto às grades que rapidamente se renderam à música da banda de Almada. Trompetes, saxofones e batidas fizeram a festa e levantaram a primeira poeira do Areinho.
A seguir, Jimmy P – com a Storytellers Band – fez um esforço para estar presente, no dia em que perdeu a avó. O músico do Porto deu um dos melhores concertos da noite, apesar de tudo, e esteve constantemente a puxar pelo público. “Quero barulho”, “‘Bora lá Família” e “Esta merda está incrível” foram só apenas algumas das lines que não se cansou de repetir.
Jimmy P e um concerto “memorável”
Depois de um concerto emocionado, dadas as circunstâncias, publicou no Facebook, com uma foto do concerto, afirmou: “Ontem foi memorável. Obrigado por me fazerem sentir especial. Tamos juntos família!”. Mas o momento alto do espetáculo, – feito “50% de público, 50% de banda” – foi o dueto com a irmã Kyara Rose, em “So High”, depois de “Warrior”.
Já em vez de HMB, subiu ao palco Ziggi Recado – uma troca de alinhamento que acabou por ser muito comum neste festival, ainda que sem motivo aparente. O músico holandês confirmou aquilo que já era visível: a noite de domingo atraiu menos gente – talvez por no dia seguinte ser segunda-feira – mas não teve momentos mortos.
No público, eram “poucos mas bons” e estiveram sempre à altura da energia das bandas. “Need To Tell You This” foi o melhor fecho para um espetáculo que nem precisou de muitas conversas.
Expensive Soul apelaram ao norte, “pela música nacional”
Seguiu-se a voz rouca e inconfundível de Bezegol, que substituiu Anthony B, um dos nomes mais esperados do cartaz. “Fora da Lei”, “Rainha Sem Coroa” ou “Rude Sentido” não deixaram ninguém com sabor a pouco. A tocar em casa, o músico demorou a deixar o palco e apelou à “humildade” e ao “respeito”. “Estamos juntos!”, repetiu.
Por fim, Expensive Soul, um dos nomes mais aguardados do dia. Ainda assim, devido à hora tardia, foram muitos os que já tinham abandonado o recinto e a plateia estava reduzida a metade. Mas a energia de Demo, New Max e a banda que os acompanha não desvaneceu.
Com um espetáculo de luz e som notáveis, a dupla de Leça da Palmeira gritou pelo “Norte”, em apoio à música nacional, e convenceu os presentes, que saltaram, dançaram e ergueram os braços em saudação à banda. “13 mulheres”, “Dou-te nada” ou “O Amor é Mágico” foram temas que não podiam falhar e que todos sabiam de cor.
A festa continuou noite dentro, desta vez com HMB – que trouxeram Valete como convidado – e o projeto Dirty Skank Beats.
A segunda edição do Festival Positive Vibes fica-se por aqui. Depois dos contratempos, dos cancelamentos e das mudanças repentinas, o balanço é, ainda assim, positivo. As bandas mostraram o que de melhor se faz na música nacional, enquanto a plateia aguentou firme e mostrou que, no reggae, é tudo “família” – e é isso que mais importa.