A arte junta-se, uma vez mais, à intervenção social e chega a mais territórios. O programa “Cultura em Expansão” desdobra-se em várias vertentes: laboratórios, música, cinema e cineclubismo e teatro e dança. É com a música que o programa deste ano se estreia. No dia 25 de abril, Gisela João leva o fado à Bouça. O espetáculo conta com a cenografia de José Capela e dos moradores do bairro.

“A cada um a sua música” transporta à Pasteleira o pianista Pedro Burmester, no dia 18 de Junho. A música vai chegar, ainda, ao Bairro da Sé, à Cantareira e a Campanhã. O “Cultura em Expansão” deste ano quer, de acordo com Rui Moreira, “chegar a novas zonas e a outros bairros”. A longo prazo, o objetivo é “chegar a todas as cidades”, nas palavras do presidente da Câmara Municipal do Porto.

Pelos bairros da Invicta vão ouvir-se artistas como B Fachada, a Banda Marcial da Foz do Douro, o Quarteto de Cordas de Matosinhos e a Banda Marcial da Foz. Há ainda uma parceria entre os Glockenwise e a Orquestra Juvenil de Bonjóia.

Na sétima arte, o projeto “Nove e Meia – Cineclube Nómada”, proposto na edição do ano passado, mantém-se em 2016. Pelos bairros da Pasteleira, Mouteira, Lomba e Falcão vão passar 45 sessões, ao longo de oito meses.

A novidade no cinema é os quatro cine-concertos previstos. Obras cinematográficas vão ser, assim, musicadas ao vivo pela ESMAE e a Sonoscopia, em Aldoar.

Os moradores da Sé vão ser convidados a preparar a peça “Rifar meu coração”, de Mónica Calle, ao longo de uma semana. As artes performativas contam, ainda, com os projetos Espírito do Lugar, da Circolando, e Arquipélago – O Mundo é Redondo, do Ao Cabo Teatro.

A peça da Circolando tem paragens em Catareira, Pilotos da Barra e bairro Rainha D. Leonor. O espetáculo-ópera do Ao Cabo Teatro vai ter seis sessões, em seis bairros diferentes, ainda a anunciar.

No âmbito da vertente “Laboratórios”, o “Cultura em Expansão” convida Salomé Lamas a residir no Porto durante dois meses. O objetivo é levar a cabo um “workshop” de vídeo e uma curta-metragem a serem apresentados, em dezembro, no Teatro Municipal do Porto.

O Oupa! continua a fazer parte da programação e, desta vez, chega a Ramalde. “Mantendo o Cerco quase como um farol do projeto”, refere Guilherme Blanc. A iniciativa é dirigida por Capicua, André Tentugal e Vasco Mendes.

Cultura em Expansão vai durar “até não ser preciso”

É já a terceira edição do “Cultura em Expansão”, programa que visa expandir a cultura às zonas mais desfavorecidas do Porto. O objetivo é que o projeto contiue, nas palavras de Rui Moreira, “até não ser preciso”. Até que a cultura chegue a todas as camadas sociais.

A “cultura não tem que ser privilégio de nenhuma elite iluminada”, remata Rui Pedroto, do Grupo Mota-Engil, empresa que apoia o projeto da Câmara Municipal do Porto, na apresentação da progração para este ano.

A apresentação da programação de 2016 foi feita na Associação Recriativa de Malmequeres de Noêda, esta segunda-feira.

Artigo editado por Sara Gerivaz