De acordo com os dados do Banco Mundial, revelados num comunicado esta segunda-feira, o crédito fornecido pela instituição a países classificados como “desenvolvidos” deverá ultrapassar o valor dos 150 mil milhões de dólares (mais de 130 mil milhões de euros) que foram concedidos entre 2013 e 2015.

O Banco Mundial adiantou que os países desenvolvidos enfrentam fortes dificuldades económicas e que a procura por financiamento aumentou para valores nunca observadores fora de uma crise financeira.

A instituição financeira prevê um crescimento da economia mundial de 2,9% para este ano, mas assegura, no comunicado, que as condições económicas globais têm piorado.

Aurora Teixeira, professora da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), observa que a economia global ainda não está fora do período de crise financeira: “Apesar de o ponto alto da crise ter sido identificado em 2008, há países que têm enfrentado muitos problemas económicos”, aponta ao JPN.

A docente da FEP defende que países como o Brasil e outros que “dependem de matérias-primas como o petróleo” têm vivido problemas de baixa de preço das matérias e precisam de recorrer a instituições financeiras, nomeadamente ao Banco Mundial”.

Aurora Teixeira explica a procura de financiamento dos países desenvolvidos pelo “abrandamento do crescimento económico”: “Os países enfrentam problemas de procura e acabam por ter as suas contas muito desequilibradas”, esclarece. A professora acrescenta que o crédito concedido pelo Banco Mundial é “relativamente baixo” num contexto mundial.

“O crescimento da economia tem desacelerado e isto cria dificuldades a países que, independentemente de serem classificados como desenvolvidos, ainda enfrentam muitas dificuldades”, conclui Aurora.

No comunicado, o Banco Mundial sublinhou ainda que os pedidos de crédito de países com rendimento médio deverão continuar a aumentar devido aos desafios económicos que encaram e ao contexto financeiro global.

 

Artigo editado por Filipa Silva