Com a chegada de refugiados da guerra na Ucrânia e a grande migração de brasileiros, a procura por contas “low cost” aumentou no país.

Sede do Banco de Portugal no Porto. Foto: Béria L. Rodríguez / Wikimedia Common

No primeiro semestre de 2022, o número de contas bancárias de serviços mínimos (SMB), também conhecidas como contas low cost, aumentou para 169 698, um crescimento de 13% em relação a 2021, segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP). Parte desse aumento deve-se à subida do número de imigrantes em Portugal. 

O BdP, em conjunto com o Alto Comissariado para as Migrações (ACM), promoveu a divulgação de bancos prestadores de contas SMB para cidadãos ucranianos vindos para Portugal, com a distribuição de folhetos explicativos em ucraniano. Sites de aconselhamento para imigrantes também recomendam as contas low cost para aqueles que pretendem vir para Portugal, colocando-os como a melhor opção pela poupança obtida na manutenção de contas.

Em comunicado sobre a evolução registada no 1.º semestre de 2022, o BdP afirmou que “a abertura de conta de SMB por cidadãos ucranianos deslocados explica que a maioria das contas de SMB constituídas tenha resultado da abertura de novas contas no sistema bancário”.

As contas SMB estão acessíveis à população em geral, permitindo ter acesso a serviços bancários por um preço mais baixo. As ofertas low cost incluem depósitos, levantamentos, débitos diretos, pagamentos de bens e serviços, transferências para o mesmo banco, bancos diferentes e bancos noutros países da União Europeia.

Em 2022, o número de abertura de novas contas foi maior do que o da conversão de contas já existentes em SMB. É a primeira vez que tal acontece desde 2017, quando o número de contas low cost ainda era inferior a 12 mil. Pessoas do sexo feminino representam 59,7% dos clientes de contas SMB, o que significa um aumento de 16,8% do em relação ao ano anterior. A faixa etária dos clientes também apresentou diferenças. Quase 40% das novas contas foram abertas por pessoas entre 25 e 45 anos, um crescimento de 16,8% dessa faixa de idade em relação às novas contas de 2021.

Artigo editado por Miguel Marques Ribeiro