Os carros portugueses vão ter novas matrículas. A necessidade da alteração surge pelo facto de as variáveis possíveis do esquema atual estarem a acabar. A Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) calcula que o atual modelo esgote em 2020, altura em que se estima que as novas placas de identificação entrem em vigor.
Até agora, as matrículas têm quatro números e apenas duas letras, que já estiveram no início (AA-00-00), no meio (00-AA-00) e no fim (00-00-AA). Agora a alternativa para a identificação dos veículos são quatro letras e dois números. A disposição das novas matrículas vai seguir este esquema: AA-00-AA.
O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), responsável pela emissão de matrículas, prevê que o novo modelo de identificação de veículos permita “atribuir cerca de 28 milhões de matrículas”. O instituto público adianta ainda que as letras Y, K e W “deverão futuramente passar também a ser utilizadas”, tendo em conta que passaram a estar no alfabeto desde a entrada em vigor do novo Acordo Ortográfico.
Paulo Spínola, dos Serviços Técnicos da ARAN, concorda com a necessidade de “uma nova alternativa ao modelo atual”. Acrescenta que as matrículas correntes estão mais limitadas porque os algarismos só vão de 0 a 9. Já as novas, como vão ter mais letras, têm a “possibilidade de combinações” e “longevidade” maior.
Para Carlos Barbosa, do Automóvel Clube de Portugal (ACP), “a combinação é brutal” porque vai “durar uns largos anos”. Adianta que a mudança já foi “aprovada há três meses”, mas só vai ser implementada quando “as matrículas atuais se esgotarem”. “Não se vão produzir novas enquanto as atuais não acabarem”, esclarece.
Os cálculos da ARAN apontam para a entrada das novas matrículas em junho de 2020, mas Paulo Spínola reforça que “é uma estimativa”. Acrescenta ainda que a forma de processamento das novas placas de identificação será exatamente igual à atual. “A única diferença é que em vez de quatro números são quatro letras”, remata.
O IMT realça que os novos números de matrícula apenas têm efeito em “viaturas novas” – sejam automóveis, motociclos, triciclos, quadriciclos e ciclomotores. Até as combinações das matrículas atuais acabarem, o instituto calcula que “poderão ainda ser matriculados cerca de 1 milhão de veículos”.
Artigo editado por Filipa Silva