No Serralves em Festa há espaço para teatro, circo, exposições, dança, música e muito mais. O mais difícil será, provavelmente, escolher ao que vai assistir. O JPN foi conhecer esta terça-feira, à Fundação de Serralves, as principais novidades do evento que acontece de 1 a 3 de junho.

Transpor Fronteiras

Este ano, pela primeira vez, o evento tem um tema: Transpor Fronteiras. “Exprime aquilo que ambicionamos fazer, transpor todo o tipo de fronteiras”, diz Ana Pinho, a presidente do conselho de administração da Fundação Serralves.

A dirigente da instituição explica que, pela primeira vez, foi escolhido um tema para a programação institucional para Serralves. Depois, completa: “A equipa responsável por Serralves em Festa achou que devia usar o mesmo tema. O que nós queremos fazer durante o ano, queremos fazer ainda mais no Serralves em Festa”.

Ana Pinho, presidente do conselho de administração da Fundação Serralves, acredita que o evento vai "continuar a atrair muita gente". Foto: Ana Jorge Teixeira

Ana Pinho, presidente do conselho de administração da Fundação Serralves, acredita que o evento vai “continuar a atrair muita gente”. Foto: Ana Jorge Teixeira

A festa fora de Serralves

Há “cada vez mais festa fora de Serralves”, confessa Ana Pinho.

Pela primeira vez, o evento vai chegar a Matosinhos. O concelho vai receber uma performance de circo contemporâneo, intitulada “De Paso”, dia 31 de maio, da companhia industrial Teatrera.

O festival vai invadir também o largo de Santo Ildefonso, dia 31 de maio e 2 de Junho, com um espectáculo de dança contemporânea, “Sursauts”, coreografado por Mathilde Monnier e Bertrand Davy.

A festa vai voltar a sair dos muros de Serralves até à Baixa do Porto para apresentar alguns projectos, numa parceria com a Porto Lazer e a Câmara Municipal do Porto e, ainda, ao Aeroporto do Porto, numa parceria com a ANA Aeroportos.

Comemorar os 15 anos do evento

A equipa organizadora não quer deixar passar a 15ª edição do evento em branco. Para assinalar o momento, vão ser sopradas as velas “num bolo gigante”, integrado num dos espectáculos. Ana Pinho acredita que o sucesso do evento passa por ter um programa com a capacidade de “renovar, não ser repetitivo”.

“O que nós temos que nos preocupar, de facto, é apresentar uma programação capaz de atrair cada vez mais gente, trazer novas pessoas, de diferentes origens, idades, localidades, nacionalidades”, sublinha a Presidente do Conselho de Administração da Fundação.

Além disso, o objectivo para 2018 é “continuar a atrair muita gente”, diz Ana Pinho que garante que o que importa não é o número de pessoas que visitam o evento, mas a diversidade: “O ano passado iniciámos a parceria com as autarquias fundadoras, para tentar expandir a origem que aqui se apresenta em termos nacionais”, remata.

O “plano das festas”

“Este ano temos um cartaz surpreendente e desafiador”, diz Ana Pinho. João Ribas, diretor do Museu de Serralves, explica que a programação é pensada “como um percurso de três dias, um percurso feito pelas várias áreas”.

O diretor confessa que “é sempre difícil escolher uma experiência”. Apesar disso, destaca o regresso do grupo musical 23 Skidoo. E não só. O espetáculo da companhia francesa de circo contemporâneo Inextremiste.Exit também merece destaque.

A atuação vai preencher o céu de Serralves isto porque, no enredo, há “quatro loucos que tentam fugir de um hospital psiquiátrico, num balão de ar quente”. “Uma performance divertida”, no Prado de Serralves, “que vai questionar as leis da gravidade”, confessa João Ribas.

João Ribas apresentou o programa durante a conferência de imprensa esta terça feira. Foto: Ana Jorge Teixeira

João Ribas apresentou o programa durante a conferência de imprensa esta terça feira. Foto: Ana Jorge Teixeira

A música portuguesa também estará em destaque, com o projeto “Mão verde”, de Capicua e Pedro Geraldes, os Orelha Negra ou a Banda Sinfónica Portuguesa.

Através do projeto “A Carnatic Paradigm/The Algebra of Listening”, do artista musical britânico Mark Fell, chegam várias atuações ao recinto. Entre elas, concertos da violinista indiana Nandini Muthuswamy, do compositor e violoncelista italiano Sandro Mussida, assim como o grupo de percussão Drumming, formado no Porto.

Outra das apostas para a edição de 2018 é o uso de copos reutilizáveis, como uma forma de reforçar a preocupação ambiental.

Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, vai estar presente no segundo dia do evento, 2 de junho, à semelhança do que já tinha acontecido no ano passado.

Como em todas as edições, a entrada é livre. O festival dura 50 horas, ininterruptas.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro