O Sporting CP levou a melhor sobre o SC Braga, esta quarta-feira, na segunda meia-final da Taça da Liga que venceu após a marcação de grandes penalidades. No Estádio Municipal de Braga, o tempo regulamentar acabou com o empate a uma bola.

Os leões conquistaram assim passagem à final da competição e tentarão revalidar o título conquistado há um ano contra o FC Porto, no próximo sábado.

Entrada bracarense a todo o gás

Os guerreiros do Minho entraram fortes no jogo ao abrirem o marcador logo aos 3’ por intermédio de Dyego Sousa. O brasileiro de 29 anos cabeceou para o fundo das redes, após um grande cruzamento de João Novais.

Logo em seguida os bracarenses conseguiram outra chance de perigo: uma bola bombeada para a grande área, com a defesa do Sporting CP, estática, a permitir a Wilson Eduardo receber e ter tempo para tudo. Mas mesmo sozinho, com Renan pela frente, não conseguiu decidir da melhor maneira. Confirmava-se assim a boa entrada em jogo por parte da equipa da casa.

Leões em busca do empate

Ao minuto 20, foi a vez do Sporting assustar pela primeira vez o SC Braga com uma grande jogada de Raphinha que, a partir da direita, conseguiu tirar dois adversários do caminho e rematou forte para defesa apertada de Marafona. A bola chegou a ir à malha lateral da baliza.

Treze minutos depois, Raphinha a encontrar-se completamente isolado, apenas com Marafona pela frente. Nesta situação, o jovem brasileiro tentou o chapéu, mas falhou no gesto técnico, permitindo uma defesa tranquila do guarda-redes internacional por Portugal.

Depois das ameaças, o Sporting conseguiu mesmo concretizar por intermédio de Coates. Canto marcado por Acunã à esquerda do ataque dos leões e a bola a chegar teleguiada à cabeça do uruguaio, que desferiu um potente cabeaceamento sem hipóteses de defesa para Marafona.

Antes do intervalo o destaque vai para uma jogada do Sporting CP com Bruno Fernandes a fazer um passe longo para a esquerda onde se encontrava Nani que viu Acuña a entrar na grande área e o serviu para este rematar de primeira e por cima da baliza bracarense.

Logo no início da segunda parte o Sporting fez a primeira mexida, entrando André Pinto, antigo jogador dos minhotos, para o lugar de Mathieu. O central português foi constantemente assobiado pelos adeptos bracarenses, visto que a sua saída para o clube de Alvalade não foi propriamente amigável.

Novo começo forte dos minhotos

O segundo tempo começou como o primeiro, com o SC Braga por cima do jogo, muito pressionante sobre o adversário. Logo no primeiro lance, João Novais introduziu a bola na baliza leonina com um cabeceamento certeiro, contudo, recorrendo ao VAR, Manuel Oliveira anulou o golo por falta de Dyego Sousa na fase inicial da jogada.

O jogo começou a aquecer depois do golo invalidado com sucessivas faltas por parte de ambas equipas acompanhadas por um crescente ambiente de fervor vindo das bancadas.

Neste período, ambas equipas sentiram muitas dificuldades em criar situações de perigo. O jogo estava a ser muito disputado no meio-campo com constantes perdas de bola e passes errados por parte de minhotos e lisboetas.

Treinadores mexem

Aos 63 minutos, surgiu a primeira alteração do SC Braga. Abel mexeu no ataque, tirando Wilson Eduardo e introduzindo Paulinho. Este proporcionou uma jogada de algum perigo pouco depois de entrar, cortando para dentro a partir do flanco direito antes de desferir um remate forte, mas por cima e ao lado.

No minuto 69, Marcel Keizer vira-se para o seu ponta de lança de eleição para tentar virar o jogo para a seu lado, lançando Bas Dost para o lugar da novidade no onze, Luiz Phellype, que teve pouca influência no jogo.

Três minutos depois, Sequeira lesiona-se e é substituído por Murilo, passando Ricardo Esgaio para a lateral esquerda, ficando o recém-entrado no lugar de extremo direito.

Oportunidades desperdiçadas

Ao minuto 74, surgiu o lance de maior perigo da segunda parte. Um livre muito distante da baliza do Sporting, marcado por João Novais, que obrigou Renan a fazer uma defesa para canto. Nesse canto, apontado de novo por Novais, Raúl Silva isolou-se na área cabeceando à barra. Continuava a tendência de poucas oportunidades a partir de jogo corrido, surgindo estas apenas de lances de bola parada.

À passagem do minuto 80, Nani descobriu Acuña dentro da área dos minhotos com o argentino a rematar contra a cabeça de Raúl Silva.

Nesta altura, nenhuma equipa quis arriscar em demasia. Sporting e SC Braga pareciam resignados ao desempate por grandes penalidades, o que ficou patente também no facto dos treinadores não optarem por reforçar os respetivos ataques.

Ainda foram concedidos seis minutos de tempo adicional, contudo, nenhuma equipa foi capaz de quebrar o empate neste período. Restavam as grandes penalidades.

Foram precisos 14 pontapés da marca de 11 metros para decidir o vencedor, com vários falhanços, incluindo seis nos primeiros sete. Foi apenas quando Ryller falhou o seu penálti – o quarto jogador a falhar pelos bracarenses – que se confirmou o triunfo leonino.

Marcel Keizer: “Não foi o melhor jogo que vi até agora”

Marcel Keizer começou por admitir que a sua equipa falhou em alguns capítulos, nomeadamente na assertividade e posicionamento. Assim justificou a exibição menos conseguida dos leões – “Não foi o melhor jogo que vi até agora”, disse – que acabaram por passar à final nas grandes penalidades, que admitiu ter treinado.

Quando confrontado com a questão de o que o levou a lançar o reforço de inverno, Luiz Phellype no onze inicial, o treinador holandês justificou com o facto de Bas Dost ter feito muitos jogos consecutivamente e de se encontrar cansado, poupando-o neste jogo.

Abel Ferreira: “Ajudem-me a credibilizar o futebol!”

Abel Ferreira começou por realçar o orgulho que sente nos seus jogadores, afirmando que a sua equipa fez tudo o que precisava para ganhar incluindo “fazer mais um golo que o adversário”, numa referência ao golo anulado no início da segunda parte a João Novais por alegada falta de Dyego Sousa sobre Acuña no início do lance.

O técnico do SC Braga criticou o critério da arbitragem afirmando que gostava que o árbitro “fosse ao balneário admitir os seus erros”.

O treinador do Braga apresentou-se bastante revoltado ao longo da sua conferência de imprensa, frisou o sentimento de injustiça perante o desempenho da equipa em campo e foi muito duro sobretudo com a arbitragem: “Ajudem-me a credibilizar o futebol”, atirou aos jornalistas.

FC Porto e Sporting disputam a final da Taça da Liga no sábado a partir das 19h45. O JPN fará o acompanhamento do jogo ao minuto.

Artigo editado por Filipa Silva