O Futebol Clube do Porto defronta esta terça-feira o Liverpool para a primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões. A equipa portuguesa derrotou a AS Roma na ronda anterior, enquanto o Bayern de Munique foi a vítima dos ingleses.
O histórico de confrontos não é propriamente animador para a equipa portuguesa. Em seis confrontos, o FC Porto nunca venceu. Perdeu por três vezes (com duas goleadas pelo meio) e empatou outras três.
A primeira vez que ambas as equipas se defrontaram foi já neste século. Corriam os quartos de final da edição de 2000/01 da Taça UEFA. Aí, o FC Porto conseguiu um empate no Estádio das Antas, mas foi a Liverpool perder por 2-0. Passados seis anos, as equipas voltam a encontrar-se, desta vez na fase de grupos da Champions. Em casa, o jogo terminou empatado a um golo, mas em Anfield, os reds golearam por 4-1.
Na época passada foi ao contrário. A goleada teve lugar no Estádio do Dragão (0-5) e na terra dos Beatles houve um nulo no marcador.
Sem Pepe nem Herrera
João Nuno Coelho, comentador desportivo e autor de vários livros sobre a história do futebol, não dá grande valor a estes dados, porque “cada jogo é um jogo e há outras condicionantes mais importantes”. Pedro Bouças, fundador do site Lateral Esquerdo, concorda e diz que os dragões vão estar “muito motivados porque estão próximos das meias-finais”.
Os dragões estão privados de Pepe e Héctor Herrera – que foram admoestados com o cartão amarelo no jogo frente à AS Roma, e estão por isso suspensos. Alex Telles, que se lesionou contra o SC Braga, vai ser uma dúvida até à hora do jogo.
João Nuno Coelho diz que “por uma questão de rotina no lugar e experiência” deverá ser Maxi Pereira a fazer o lugar na direita, com Éder Militão a juntar-se a Felipe no eixo da defesa, desejando que Alex Telles recupere a tempo da partida.
No centro do terreno, o comentador também dá uma ajuda: “O FC Porto precisa de preencher muito bem o meio-campo, para evitar que os três do meio-campo do Liverpool consigam alimentar o ataque. O meio-campo do FC Porto tem que ser pelo menos a três, com Danilo, Óliver e Otávio”, afirma. Esta opinião é corroborada, em parte, por Pedro Bouças que diz que “não acredita que Sérgio Conceição vá tocar no 4-4-2”, embora possa usar Otávio para fazer a ligação entre o miolo e o ataque.
João Nuno Coelho diz que “Sérgio Conceição tem que ser um bocadinho mais conservador, mais realista e mais matreiro do que é costume” para o Futebol Clube do Porto sair com um bom resultado da partida. Esse bom resultado engloba, na opinião do comentador, “qualquer resultado que seja um empate ou uma derrota por números tangenciais“.
Liverpool é “um dos principais favoritos”
Do lado do Liverpool também há uma baixa: Andrew Robertson, lateral esquerdo escocês, também está castigado, devendo ser Milner a tomar o seu lugar. O autor do programa “Números Redondos” diz que também está aí a diferença entre as duas equipas. “O Liverpool tem um plantel riquíssimo, que lhe permite mais opções, e o Porto, ficando sem um jogador como o Pepe e não tendo inscrito o Manafá e o Mbemba, fica extremamente limitado”, explica. Contudo, não deixa de ser uma situação a explorar pelos azuis e brancos, porque “o Robertson é um defesa de raiz, enquanto o Milner, apesar de fazer muitas posições, é um médio”. Já Pedro Bouças considera que “a baixa não é relevante”.
Depois do 0-5 da época passada no Estádio do Dragão, Jürgen Klopp afirmou que os dragões podem pensar na eliminatória como “uma vingança”. Se no FC Porto mudaram algumas peças (José Sá, Diego Reyes, Ricardo Pereira, Iván Marcano e Sérgio Oliveira saíram), João Nuno Coelho diz que o Liverpool mantém-se quase igual. “O Liverpool é o que era no ano passado com a vantagem de estar mais trabalhado, porque as ideias do Jurgen Klopp são as mesmas e os jogadores também são praticamente os mesmos”, analisa o comentador e remata que, a par com a Juventus, é “um dos principais favoritos” à conquista da Liga dos Campeões.
Pedro Bouças dá algumas dicas à forma como o FC Porto deve jogar. Recomendou que o FC Porto impeça o Liverpool de recorrer a ataques rápidos, porque “o Liverpool é, talvez, a melhor equipa do mundo a sair em ataque rápido”, segundo o fundador do site Lateral Esquerdo. “O FC Porto quando tiver bola tem que evitar ter os médios a receber de costas, porque o Liverpool recupera muitas bolas nessas situações”, conclui.
A partida tem início marcado para as 20h00 e vai ter transmissão televisiva na TVI e na Eleven Sports. O jogo vai ser arbitrado pelo espanhol Mateu Lahoz, assistido por Pau Cebrián Devís e Roberto del Palomar, e Jesús Gil Manzano vai ser o videoárbitro.
Artigo editado por Filipa Silva