Um grupo de estudantes do ensino secundário criou o movimento “Exames, Não!“, que vai realizar ações de sensibilização a 25 de junho, com o cancelamento dos exames nacionais daquele ciclo de estudos na mira. No Porto, a ação vai acontecer em frente à Direção Regional de Educação do Norte (DREN), pelas 15h20. Também Setúbal vai receber uma concentração com o mesmo intuito, revela ao JPN um dos elementos do movimento, Afonso Beirão.

“Com este cenário de crise epidemiológica é posta a nu a realidade dos exames nacionais e é mais fácil de denunciá-la. Consideramos os exames nacionais, por si só, como uma forma perversa de avaliação. O exame nacional serve apenas para elitizar o ensino superior e aprofundar as diferenças socio-económicas entre estudantes”, refere Afonso Beirão.

Como explica o estudante, os membros do movimento, criado este ano, consideram imperativo que o atual modelo de avaliação por exame nacional seja extinto, já que “são as escolas e os colégios privados que ficam, por norma, no topo do ranking das que têm melhores notas, e são também aquelas instituições cujos estudantes têm melhores condições socio-económicas”, justifica.

Para a ação de quinta-feira foi escolhida a sede da DREN como ponto de encontro não só pelo simbolismo, mas também porque se trata de “um local capaz de comportar um conjunto significativo de pessoas”. Para a concentração são esperadas não mais que quatro dezenas de estudantes, assegura Afonso Beirão.

Os exames nacionais do ensino secundário acontecem, este ano, mais tarde do que o habitual e estão reservados apenas aos estudantes dos 11.º e 12.º anos, em algumas disciplinas. As provas começam a 6 de julho e prolongam-se, na primeira fase, até 23 de julho.

Artigo editado por Filipa Silva.