Os “axadrezados” empataram, este domingo, na visita ao Famalicão por 2-2 e continuam sem conhecer o sabor da vitória no campeonato. Hamache e Javi García marcaram para o Boavista. Rúben Lameiras e Jhonata Robert fizeram os golos da equipa da casa.

Numa partida a contar para a 5ª jornada do campeonato, o Boavista FC empatou 2-2 na visita ao FC Famalicão, depois de ter conseguido chegar a uma vantagem de dois golos no marcador. Ainda à procura da primeira vitória na competição, a equipa de Vasco Seabra não foi capaz de segurar o resultado após ficar reduzida a dez elementos já nos minutos finais. Hamache, Javi García, Rúben Lameiras e Jhonata Robert marcaram os golos do encontro.

Com mais este empate, o terceiro em cinco jornadas, o Boavista FC permanece no penúltimo lugar da tabela classificativa e continua sem vencer no campeonato. Já a equipa de João Pedro Sousa soma também o terceiro empate na competição, mas ocupa a 9ª posição da classificação, ainda à espera do que vão fazer Gil Vicente e Belenenses SAD nesta jornada.

Por comparação com a derrota caseira frente ao Vitória SC, Vasco Seabra apresentou várias alterações no onze “axadrezado”. Com Angel Gomes e Adil Rami de fora por lesão, Cristian Devenish foi o escolhido para ocupar a vaga no centro da defesa, enquanto Hamache substituiu Ricardo Mangas na lateral esquerda. Reisinho trocou com Show no meio-campo e Elis foi o escolhido para liderar o ataque dos visitantes.

Do lado da equipa de Famalicão, João Pedro Sousa mudou duas peças na defesa em relação ao empate contra o Farense da jornada anterior, com a entrada de Gil Dias para o lugar de lateral esquerdo, por troca com o holandês Verdonk, e Patrick William a regressar à titularidade para jogar adaptado a lateral direito devido à ausência Edwin Herrera, expulso na última jornada.

Primeira parte aquém das expectativas

Apesar da qualidade individual disponível nos dois plantéis, o primeiro tempo foi pobre na qualidade do futebol praticado. Os dez minutos iniciais foram divididos, com as duas equipas a procurar pressionar alto e dificultar ao máximo a saída de jogo a partir de trás do adversário. As muitas faltas e os vários passes falhados, alguns dos quais na primeira fase de construção, impediam que a partida ganhasse ritmo e motivos de interesse. 

O primeiro remate de nota surgiu apenas aos 23 minutos, com um disparo de Cannon para defesa de Zlobin, guarda-redes da equipa da casa. O Famalicão era, ainda assim, a formação mais ativa no ataque, mas à exceção de um remate de longe de Gil Dias às malhas laterais, apenas de bola parada conseguiu fazer perigar a baliza defendida por Léo Jardim. 

O Boavista FC melhorou um pouco nos minutos finais da primeira parte e conseguiu instalar-se mais tempo no meio-campo defensivo do Famalicão, mas era ainda muito curto para uma equipa que procurava a primeira vitória no campeonato. No fundo, a primeira parte foi um espelho daquilo que tem sido o arranque de época das duas formações. A qualidade está lá, mas as máquinas continuam longe de estar bem oleadas. 

Boavista vai do céu ao inferno em 15 minutos

O segundo tempo arrancou com a marcação de uma grande penalidade a favor do Boavista FC, mas o vídeoárbitro tratou de corrigir a decisão, uma vez que o lance ocorreu ainda fora da grande área. Na marcação do livre frontal à entrada da área, Hamache disparou de pé esquerdo para uma defesa difícil de Zlobin, naquela que foi a melhor oportunidade dos “axadrezados” até então.

Mesmo com esta melhor entrada dos visitantes, o Famalicão continuou com mais bola, mas sem criar grande perigo. Ainda assim, a primeira oportunidade acabou por surgir aos 60 minutos quando Dyego Sousa, sozinho na cara do guarda-redes adversário, chegou um pouco atrasado ao cruzamento de Valenzuela.

Numa fase em que o Boavista FC se apresentava mais seguro, a trocar melhor a bola, ainda que com poucas aproximações à área adversária, o Famalicão, após perda de bola de Nuno Santos, conseguiu conquistar uma grande penalidade a castigar uma mão do central Chidozie. Na cobrança, Lameiras viu Léo Jardim negar-lhe o golo e a recarga esbarrar na trave da baliza dos visitantes.

Como quem não marca arrisca-se a sofrer, o Boavista, por intermédio de Hamache, chegou pouco depois ao 1-0 na sequência de um forte remate de fora de área do lateral esquerdo. A bola entra junto ao poste, mas fica a ideia que Zlobin poderia ter feito mais.

O primeiro golo acabou por abrir a partida e as aproximações com perigo às balizas começaram a acumular-se. Aos 75 minutos, Javi García fez o 2-0 num cabeceamento após livre marcado por Hamache. Mais uma vez, o guarda-redes Zlobin não fica bem na fotografia, ao deixar-se antecipar pelo veterano espanhol e deixando a baliza deserta.

O capitão dos “axadrezados” acabaria por estar no melhor e no pior da equipa, já que aos 82 minutos fez falta na sua área sobre Campana, jogador lançado no segundo tempo por João Pedro Sousa. Javi García viu o segundo amarelo e deixou o Boavista FC a jogar com 10 até ao final do encontro. Desta vez, Lameiras não desperdiçou a grande penalidade e fez o 2-1, naquele que foi o seu quarto golo no campeonato.

Com vantagem numérica e a precisar de mais um golo para levar pontos deste encontro, o Famalicão partiu para cima dos visitantes e viu o esforço premiado. Jhonata Robert, já nos descontos, bateu um livre em arco que acabou mesmo no fundo das redes após uma péssima abordagem de Léo Jardim ao avaliar mal a trajetória da bola. Estava feito o 2-2, resultado final da partida.

Com este empate, o Boavista FC mantém-se no penúltimo lugar com três pontos, menos três que o Famalicão, provisoriamente na nona posição.

“Grupo de jogadores frustrado”

No rescaldo da partida, Vasco Seabra admitiu que os seus jogadores entraram ansiosos na primeira parte, mas que cresceram ao longo jogo. Salientou o facto da equipa se ter apresentado “mais madura e capaz”, com maior intensidade e considerou que a sua formação foi superior num terreno difícil. Para o treinador dos “axadrezados”, das cinco partidas disputadas até ao momento no campeonato, a equipa merecia ter conseguido melhores resultados em quatro deles.

Bolas paradas continuam um problema por resolver

Por sua vez, João Pedro Sousa mostrou-se agradado com a exibição da sua equipa numa primeira parte que “não foi dominada, mas foi controlada”. O treinador do Famalicão referiu ainda que a equipa acusou bastante o golo sofrido logo após a grande penalidade falhada. Apesar do mau registo defensivo no campeonato, o técnico de 49 anos apontou melhorias no processo defensivo da equipa, mas lamentou mais um golo sofrido numa bola parada.

Na próxima jornada, o Boavista FC recebe o SL Benfica no estádio do Bessa, enquanto o FC Famalicão desloca-se ao terreno do SC Braga.

Artigo editado por Filipa Silva