Depois de ter notado uma “grande lacuna nas plataformas em termos de informação para os jovens em Portugal”, João Santos reuniu-se com mais quatro amigos e decidiram criar uma página no Instagram de divulgação da atualidade nacional e internacional para jovens do ensino secundário e superior. Assim, em setembro de 2020, nasceu a InfoYouth – uma plataforma de “informação produzida de jovens para jovens” – que conta com a participação de 30 estudantes de universidades de todo o país.

O estudante da Faculdade de Economia da Universidade do Porto explica ao JPN que o objetivo é criar a informação da “forma mais interativa, simplificada e esquematizada possível para toda a gente”.

A escolha das temáticas a abordar é feita consoante a atualidade e depois de um processo de confirmação da factualidade da informação, a equipa discute qual a melhor forma de a abordar. Isto porque o pretendido é passar a informação de forma dinâmica. “Aliando a arte da criatividade ao conteúdo, surgem as coisas que as pessoas realmente gostam”, explica João Santos. “Assim, há maior probabilidade de as pessoas aprenderem e de se informarem. No fundo, é sempre esse o nosso objetivo”, esclarece o co-fundador da InfoYouth.

O jovem de 19 anos dá conta também que a plataforma quer chegar a quem, normalmente, o tópico não chegaria. Assim, o objetivo “nunca é apelar ao 1% das pessoas que é super interessado no assunto”. “O que nós queremos é democratizar a informação”, explica João Santos que justifica a escolha da frase de Thomas Jefferson (“Informação é a moeda da democracia”) como lema.


Uma das formas de levar a informação mais longe são as parcerias com as Associações de Estudantes. Um dos exemplos é a parceria com a Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). “Temos um segmento quinzenal na rádio AEFMUP em que abordamos vários temas de política, cultura, sustentabilidade e tecnologia e destacamos uma figura portuguesa que muitas vezes não é falada em Portugal”, explica.

Para além disto, a InfoYouth também chega aos alunos do secundário. Através de posts personalizados para os alunos desse nível de ensino, abordam temas que para a maioria dos jovens “passa completamente ao lado”. “Já fizemos sobre o Orçamento do Estado e sobre a diferença entre défice e dívida pública”, exemplifica. Assim, a plataforma consegue chegar a um público mais vasto.

A recetividade tem sido positiva e o jovem confessa que “é gratificante quando alguém diz: ‘eu não gosto nada de política, mas vejo os vossos vídeos do início ao fim e tenho aprendido bastantes coisas’”.

Artigo editado por Filipa Silva