O FC Porto venceu o Gil Vicente por 1-2, num jogo muito exigente, que ficou resolvido por dois magníficos golos de Taremi e Sérgio Oliveira. Com este resultado, e após a vitória do Sporting frente ao Marítimo, os portistas mantêm-se no segundo lugar da tabela, com os mesmos pontos dos leões. Em primeiro lugar, e com um ponto de vantagem, está o SL Benfica, que joga ainda este sábado, às 18h00, em Guimarães, frente ao Vitória SC.

Foi o Estádio Cidade de Barcelos que recebeu, esta sexta-feira, o confronto entre Gil Vicente e FC Porto. Os dragões voltaram a entrar em campo após uma goleada, em casa, frente ao Moreirense, e antes da receção ao “gigante” Liverpool FC, para a Liga dos Campeões.

Não foi ao cantar do galo, mas sim ao soar do apito que começou esta partida da sétima jornada do campeonato. De um lado, o 4-3-3 do costume da equipa barcelense, comandada por Ricardo Soares, e do outro o também usual 4-4-2 híbrido, desenhado por Sérgio Conceição. 

Os gilistas começaram melhor o jogo, ameaçando desde cedo a baliza de Diogo Costa. Logo no primeiro minuto, uma jogada individual de Murilo na direita culminou num remate cruzado do avançado brasileiro, com a bola a passar perto do poste azul e branco. 

O Gil Vicente insistia numa pressão alta, tentando dificultar a saída de bola da formação portista, mas foram mesmo os dragões que conseguiram adiantar-se no marcador: aos 9 minutos Taremi intercetou um passe mal medido na zona do meio-campo, tocou a bola para a frente, e sem perder tempo, rematou alto para a baliza de Frelih, aproveitando o facto de o guardião da equipa de Barcelos estar adiantado. Um “chapéu” de enorme recorte técnico que deixou carimbado na folha de jogo o quarto golo da época do camisola 9 do FC Porto. 

Apesar de estar em desvantagem desde cedo, o Gil Vicente manteve-se vivo no jogo e, na sequência de uma investida da formação da casa, surgiu, aos 21 minutos, um pontapé de penálti a favor dos barcelenses por “mão” de Mbemba, central da equipa portista. 

Samuel Lino assumiu, rematou e marcou – não à primeira, mas à segunda. Diogo Costa ainda defendeu o primeiro remate, mas na recarga Samuel Lino foi o primeiro a chegar e disparou para as redes da baliza portista. O relógio contava 25 minutos de jogo e estava reposta a igualdade no marcador. 

As duas equipas estavam ligadas ao jogo, numa partida muito disputada, mas pouco conseguida por parte do FC Porto. Mérito para o Gil Vicente que lutou para contrariar a corrente ofensiva portista, o que resultou numa posse de bola pouco consequente por parte da formação de Sérgio Conceição. 

O golo há muito esperado

Para a segunda parte esperava-se maior intensidade na pressão por parte dos dragões, uma posse de bola mais eficaz e contundente, e o aparecimento de desequilibradores, em especial, Luis Díaz.

O jogo recomeçou com as duas equipas mais ponderadas e com o FC Porto a conseguir ter mais posse, mas ainda sem grande perigo e eficácia na chegada ao último terço. Se na primeira parte pouco se viu da ala esquerda portista – com maior ênfase para Corona, Otávio e Fábio Vieira – no segundo tempo, esse lado do ataque foi bem mais utilizado, com Luis Díaz a ser solicitado para o “um para um”. Ainda assim, o colombiano não esteve em plano de destaque como tem sido habitual.

O FC Porto foi crescendo no jogo e o domínio foi-se acentuando à medida que os minutos passavam. O Gil Vicente ia recuando cada vez mais no terreno e as oportunidades para os dragões começavam a ser constantes. Aos 60 minutos, Corona cruzou para Matheus Uribe que cabeceou em cheio para uma grande defesa de Frelih. Pouco tempo depois, os visitantes viram o segundo golo de Taremi ser anulado por 45 centímetros.

Quase ao cair do pano, aos 89 minutos, surgiu a derradeira oportunidade para os portistas. Uma falta sobre Marcano à entrada da área, a descair para o lado direito, transformou-se num livre direto para Sérgio Oliveira, que havia entrado 20 minutos antes, após a saída de Fábio Vieira.

O internacional português olhou para a baliza, partiu para bater e a bola saiu do pé do médio portista para encaixar perfeitamente no ângulo da baliza do Gil Vicente. Um golo estrondoso – acompanhado de um grito catártico – a fazer lembrar o Sérgio Oliveira da época passada, que, na presente temporada, ainda não se conseguiu afirmar na equipa.

O jogo terminaria mesmo com a vitória portista por duas bolas a uma.

Fizemos uma má primeira parte”

No rescaldo da partida, Sérgio Conceição não escondeu o desagrado com o primeiro tempo: “Fizemos uma má primeira parte”. O treinador portista considerou que a equipa estava “muito larga”, por vezes “quase anárquica” e que, por isso, concedeu muitos espaços ao Gil Vicente, para além de não terem conseguido aplicar “em posse” o que havia sido delineado antes do jogo. Apesar dos aspetos que ficaram aquém do que era pretendido, Sérgio Conceição afastou a hipótese de que os jogadores estivessem a pensar no jogo com o Liverpool FC e não focados no jogo de Barcelos.

“É difícil de digerir este resultado”

Ricardo Soares, expulso durante o jogo na sequência do lance que deu o penálti à formação da casa, acredita que o Gil Vicente fez um “excelente jogo” e que o resultado é “injusto” para os seus jogadores. Questionado sobre uma nova derrota frente a um “grande” perto do fim, o treinador dos barcelenses admitiu: “É difícil de digerir este resultado”.

O próximo jogo do Gil Vicente é domingo, dia 3 de Outubro, para a oitava jornada do campeonato, frente a uma das equipas sensação da Primeira Liga, o Estoril. No dia anterior, o FC Porto recebe, às 18h00, o Paços de Ferreira, mas primeiro os dragões terão de defrontar, já na terça-feira, o Liverpool FC, em jogo a contar para a segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões.

Artigo editado por Filipa Silva