O FC Porto recebe, esta terça-feira, às 20h00, no Estádio do Dragão, o Liverpool, em jogo a contar para a segunda jornada do grupo C da Liga Milionária. Um confronto que colocará a armada azul e branca diante de “uma das melhores equipas do mundo”, na opinião de João Nuno Coelho. Mas também um encontro em que não será a história a ditar o resultado, na perspetiva de Rui Miguel Tovar.

O jogo que coloca o atual líder da Premier League e do grupo perante o FC Porto – segundo do grupo e terceiro do campeonato português – será o encontro número 200 dos “dragões” na competição e ficará marcado pelo regresso dos adeptos portistas ao estádio em jogos europeus, após quase um ano de espera.

Um passado que pode pesar… ou talvez não

O contexto histórico é tudo menos favorável à equipa portuguesa. Em oito jogos com o Liverpool, o FC Porto saiu derrotado por cinco vezes e empatou três. A vitória nunca sorriu, portanto, aos dragões. Aliás, o Liverpool é uma má memória recente para a equipa orientada por Sérgio Conceição.

São quatro o número de vezes que o FC Porto defrontou o Liverpool desde que o treinador português assumiu o comando técnico dos “azuis e brancos”, nunca tendo vencido.

Aos olhos de João Nuno Coelho, o histórico de confrontos entre o Porto e as equipas inglesas pode vir a ser um peso nos ombros da formação portista. No entanto, o jornalista afirma que “o facto de o Porto nunca ter vencido o Liverpool, poderá ser um ponto de motivação extra”, mas deixa claro que “o mesmo pode funcionar no sentido inverso”.

Já para Rui Miguel Tovar, “a história e a estatística não entram em campo” e o jornalista acredita que Sérgio Conceição “jamais irá deixar que isso aconteça”, acrescentando que o treinador português “tem uma vocação especial para a Liga dos Campeões”.

Ambos acreditam que o FC Porto está determinado a ganhar e fazem menção ao ADN da equipa portista, caracterizando os dragões como “uma equipa que se bate sempre com os gigantes europeus” e que usa “o esforço e a dedicação” como mote para estes encontros.

Consistência e coesão podem favorecer os ingleses

Desde o último encontro entre as duas equipas, o Liverpool só perdeu uma peça de um onze que tem vindo a ser regularmente usado por Jürgen Klopp. Em questão está o médio holandês, Gini Wijnaldum, que saiu para o PSG.

Rui Miguel Tovar acredita que essa possa ser uma das grandes vantagens da equipa inglesa. Para Tovar, “sendo a formação a mesma, os jogadores os mesmos e o mesmo treinador”, o Liverpool “sai a ganhar”.

Sérgio Conceição referiu na conferência de imprensa de antevisão, que o Liverpool, “em alguns momentos do jogo, é a melhor equipa do mundo”. João Nuno Coelho partilha da opinião e compara os reds a outros colossos europeus como Bayern de Munique e Chelsea, e refere que, “em termos coletivos, o Liverpool é, neste momento, das melhores equipas do mundo”.

Os dois comentadores fizeram ainda referência à ausência do experiente central Pepe, considerando que é “uma das maiores baixas do Porto diante de uma equipa bastante ofensiva”. João Nuno Coelho caracteriza o central português como “o verdadeiro pilar do processo defensivo do FC Porto”, não só pela sua “qualidade e experiência”, mas também “ao nível mental”.

Jogo caseiro e com adeptos pode trazer novo ânimo

O facto de o FC Porto jogar em casa será um ponto favorável para os dragões. Além disso, a equipa portista pode contar com o apoio dos adeptos que não assistiam a um jogo para as competições europeias, em casa, desde outubro do ano passado, na altura diante do Olympiacos.

João Nuno Coelho considera que o ambiente “pode ser muito importante para a maneira como se vai desenhar o jogo”. Refere que a formação azul e branca tem “outra personalidade quando encara jogos das competições europeias” e que o facto de se tratar de uma fase de grupos “poderá ajudar o Porto a conseguir um resultado mais positivo e diferente dos últimos anos”.

Na ótica de Rui Miguel Tovar, ambas as equipas vão querer ganhar, mas o jornalista acredita que “não existirá um esforço e uma necessidade extrema como se de uma final se tratasse” – os dois últimos confrontos entre as duas equipas eram jogos a eliminar – porque a fase de grupos permite “uma abordagem mais relaxada aos jogos”.

Tovar relembra ainda a eliminatória da Taça UEFA de 2000/2001, em que o FC Porto empatou em casa, mas saiu derrotado em Anfield por 2-0, com golos de Michael Owen e Danny Murphy e destaca o quão fervorosos são os adeptos portistas e o quão vantajoso isso pode ser para os dragões, nestes jogos.

Jogo às 20h00 com transmissão na TVI

O árbitro nomeado para o encontro é o russo Sergei Karasev, juíz moscovita que chefiou a equipa de arbitragem no jogo entre Freyenord e o FC Porto, em 2019/2020, jogo que os “dragões” perderam por 2-0.

A história – e, por falar nela, assinale-se que o FC Porto completa hoje 128 anos de vida – também nos revela que a formação portista é um “bom presságio” para os ingleses. Nas quatro épocas em que estas equipas se cruzaram, os ingleses de Anfield Road foram a três finais (duas na Liga dos Campeões e uma da Taça UEFA), ganharam duas delas e foram vice-campeões na final de 2017/18, contra o Real Madrid.

Os “Beatles” não são banda que passe de moda, mas são Klopp, Salah, Mané e Firmino os novos “quatro de Liverpool”. Conseguirão os portistas reverter a série de resultados negativos diante deste fantasma inglês? É o que ficaremos a saber esta noite, a partir das 20h00. O jogo tem transmissão em direto na TVI.

Artigo editado por Filipa Silva