A SAD do FC Porto foi, esta segunda-feira (22), alvo de buscas do Ministério Público. Em causa, está um inquérito aberto por “suspeita de prática de crimes de fraude fiscal, burla, abuso de confiança e branqueamento, relacionados com transferências de jogadores de futebol”. O valor que, alegadamente, terá saído indevidamente dos cofres da SAD em comissões passa os 20 milhões de euros, segundo informou o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Os “circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios” estão na mira do DCIAP. À cabeça desses intermediários, e de acordo com a informação avançada pela Comunicação Social, estará o filho do presidente do FC Porto, Alexandre Pinto da Costa, bem como os empresários Pedro Pinho e Bruno Macedo – este último é o elemento em comum deste inquérito com o da Operação Cartão Vermelho, que envolve o ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.

As buscas envolveram também os domicílios quer de Alexandre Pinto da Costa quer de Jorge Nuno Pinto da Costa, o homem que lidera a presidência do FC Porto desde 1982.

No total, foram realizadas 33 ações de busca, que além da SAD, do presidente do FC Porto e do filho, envolveu ainda uma instituição bancária com sede no Porto. De acordo com a Imprensa, a instituição em causa é o Banco Carregosa.

“Estão em causa factos ocorridos pelo menos desde 2017 até ao presente, com forte dimensão internacional e que envolvem operações de pagamento de comissões de mais de 20 (vinte) milhões de euros”, refere na nota de imprensa o DCIAP que lidera a investigação em conjunto com a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). A mesma dupla da Operação Marquês – o procurador Rosário Teixeira e o inspetor tributário Paulo Silva – está à frente da investigação.

A informação das buscas na SAD foi também confirmada, ao final da tarde de segunda-feira, pela própria SAD do FC Porto, que acrescentou no seu comunicado ter colaborado “com a equipa de investigadores”. O mandado de busca, esclarece a SAD dos dragões, “visou a apreensão de documentos que pudessem interessar à investigação.”

Além de comissões relacionadas com a compra e venda de jogadores – o “Jornal de Notícias” avança que serão pelo menos cinco as transferências sob escrutínio, as de Ricardo Pereira, Quintero, Felipe, Tiquinho Soares e Éder Militão – estará ainda a ser investigada uma comissão pelo acordo de transmissões televisivas com a Altice, que terá revertido para Alexandre Pinto da Costa, segundo uma investigação publicada pela revista “Sábado”.