A Hungria encostou-se atrás, evitou danos maiores, mas não escapou a uma goleada perante uma casa cheia no Multiusos de Gondomar. Pisko, Carolina Pedreira, Fifó, Cátia Morgado e Maria Pereira foram as autoras dos golos.

Com alguns milhares nas bancadas do Pavilhão de Multiusos de Gondomar, Portugal distribuiu espetáculo, esta sexta-feira, frente a uma seleção da Hungria que não quis (ou não soube) fazer mais do que reduzir-se ao seu meio-campo defensivo e anular as ofensivas portuguesas. Portugal fez 45 (!) remates enquadrados contra apenas um das húngaras, venceu por 6-0 e vai encontrar a seleção espanhola na final.

Jogo de sentido único com duelo especial

A bola começou nos pés das portuguesas e as oportunidades não tardaram a chegar. Carla Vanessa começou absolutamente fulgurante e protagonizou várias tentativas. A primeira de todas, nem 20 segundos demorou. A portuguesa rematou do meio da rua para uma boa defesa da guarda-redes húngara e deixou as adversárias em alerta.

Nos minutos seguintes, a história repetiu-se quatro vezes. Por quatro vezes Carla Vanessa mostrou-se imponente perante a defesa húngara e nas quatro vezes a guarda-redes Lilla Torma mostrou grande reflexos e manteve a igualdade no marcador.

O primeiro golo do jogo demorou quase 13 minutos a surgir, mas ainda houve tempo para marcar três golos antes do intervalo. Foi Pisko quem abriu o marcador. A jogadora do Nun’Álvares aproveitou um ressalto, viu-se de baliza aberta e só teve de encostar.

Depois, foi a vez de Carolina Pereira brilhar. Canto batido por Cátia Morgado e Carolina, de primeira, estourou para o fundo da baliza da Hungria. Um dos melhores momentos desta noite. Estava feito o 2-0.

A Hungria tapava ao máximo a sua baliza e impedia a construção da equipa portuguesa, mas nem isso impediu a seleção nacional de voltar a dilatar a vantagem antes do intervalo. A bola parada voltou a ser a solução das portuguesas. Ana Pires fez a reposição na linha lateral e Fifó, de primeira, finalizou para o canto inferior direito. 3-0 era o resultado no regresso aos balneários.

Confirmação de uma vitória sem sobressaltos

Na segunda parte, Odete Rocha ocupou o lugar de Ana Catarina na baliza portuguesa. De resto, as opções da rotação feita pelo selecionador Luís Conceição foram de encontro às rotinas dos clubes. Durante vários momentos do jogo alinharam simultaneamente as cinco jogadoras do Nun’Álvares (Odete Rocha, Ana Pires, Cátia Morgado, Carla Vanessa e Pisko) ou quatro jogadoras que já jogaram juntas no SL Benfica (entre Inês Fernandes, Fifó, Maria Pereira, Sara Ferreira e Janice Silva).

A Hungria encarou esta segunda parte com a mesma postura com que deixou a primeira. O mais importante era gerir o resultado e evitar agravá-lo. Aliviada a ansiedade para marcar os primeiros golos, Portugal geriu mais o jogo e baixou o ritmo.

A maior adversária das portuguesas continuava a ser Lilla Torma. A guardiã húngara não desarmava e dificultava e ia impedindo que o marcador ganhasse contornos de goleada. A guarda-redes parava os remates portugueses, mas não teve como evitar o autogolo da colega de equipa, Zsuzsanna Folk. A húngara numa tentativa atrapalhada de colocar a bola para fora acabou por fazer o 4-0 da seleção portuguesa.

A cinco minutos do fim, mais um golo de Portugal. Cátia Morgado pegou na bola do meio da rua, rematou e fez o 5-0. A bola desviou na defesa húngara e traiu a guarda-redes.

Dois minutos depois, foi hora de o coletivo brilhar. A bola passou por todas as jogadoras e Maria Pereira finalizou com muita colocação, estreou-se a marcar neste Europeu e marcou o último golo da partida.

Antes da buzina final, houve tempo para o único remate enquadrado da Hungria. A Portugal valeu Odete, que protagonizou uma enorme defesa e evitou o primeiro golo de sempre da Hungria frente à seleção nacional. 6-0 foi o resultado final.

Em conferência de imprensa, o selecionador nacional Luís Conceição valorizou a vitória e notou a forma como a seleção foi “melhorando e libertando[-se] da ansiedade do início do jogo”. Sobre a final ibérica relembrou como vai ser um jogo “completamente diferente em termos de intensidade”. “Do passado, vivem os museus. Identificamos onde é que errámos e tivemos este tempo todo para melhorarmos”, concluiu.

Apesar da meia-dúzia de golos, esta foi uma meia-final com pouca história que, em muitos momentos, roçou o aborrecimento. A Hungria não permitiu mais e terá pela frente a difícil missão de vencer a Ucrânia na decisão de 3.º e 4.º lugares.

Portugal defronta agora a seleção espanhola que saiu vencedora da outra meia-final e vai tentar vingar-se do resultado da final do último europeu, em 2019. O jogo terá lugar no próximo domingo, às 18h00, e terá transmissão em direto na RTP 1.

Artigo editado por Filipa Silva