O Europeu de Futsal Feminino vai para a sua segunda edição de sempre e, como em 2019, Gondomar é a cidade eleita para receber as jogadoras das quatro seleções qualificadas. A fase final foi adiada por duas vezes devido à pandemia, mas agora chegou a hora de as equipas brilharem. A competição começa já esta sexta-feira e prolonga-se até domingo.

Esta fase final terá apenas quatro jogos (meias-finais, 3.º/4.º lugar e final). A fase principal de qualificação já foi jogada em outubro de 2021 e definiu a passagem da Rússia, Portugal, Ucrânia e Espanha às meias-finais da prova. Devido às sanções impostas pela UEFA pela invasão da Ucrânia, a seleção russa não marcará presença e foi substituída pela Hungria, segunda classificada do grupo 1.

A equipa portuguesa entrará em campo esta sexta-feira frente às repescadas húngaras. Depois de terem saído derrotadas da final de 2019, as portuguesas esperam redimir-se e sagrar-se campeãs europeias. Apesar de não se rotularem como favoritas, assumem que o objetivo é vencer todos os jogos e conquistar o título.

Na fase de qualificação, Portugal venceu todos os jogos. A seleção defrontou, na Croácia, as seleções da Polónia, Croácia e Eslovénia e garantiu um lugar inequivocamente meritório na fase final. Marcaram 29 golos (o melhor ataque da qualificação) e sofreram apenas três golos.

Nesta estreia frente às magiares, a vitória é o único resultado em mente. As duas seleções já se enfrentaram por duas vezes, em 2019, durante a preparação para o último Europeu, e o balanço é o mais favorável possível para as portuguesas. Na altura também em Gondomar, Portugal venceu os jogos por 6-0 e 9-0.

Húngaras “tiveram a sua oportunidade e vão querer dar o seu melhor”

Esta quarta-feira, numa conferência de imprensa de antevisão que o JPN acompanhou, Luís Conceição e Ana Azevedo falaram com os jornalistas sobre as expectativas e os objetivos da equipa.

É a primeira vez que Portugal e Hungria se encontram em jogos oficiais e, apesar do favoritismo teórico, o selecionador nacional rejeita cantar vitória antes do tempo: “É uma seleção que encontrámos em 2019 e elas mantêm uma parte da equipa dessa altura. Vão aproveitar este momento, é uma final four onde é muito difícil chegar. Tiveram esta oportunidade e vão querer dar o seu melhor, complicando a nossa vida. Vamos precisar de muita paciência para criar oportunidades.”

Ana Azevedo, que chegou à centésima internacionalização no jogo de dia 24 de junho frente à Ucrânia, reiterou a mensagem do treinador: “Já jogámos contra a Hungria e não sei se serão propriamente as mesmas [atletas], mas temos preparado esta meia-final com o maior respeito pelo oponente, focadas em nós e naquilo que temos para fazer.”

Relembrou, também, a importância do fator casa no jogo desta sexta-feira: “Felizmente, temos a sorte de ter o nosso público a apoiar-nos. É um fator extra para nós e estamos a preparar-nos da melhor forma possível para darmos uma alegria aos portugueses.”

A comitiva portuguesa é constituída por 14 atletas. Quase todas jogam em Portugal, à exceção de Fifó e Janice Silva. Ambas jogadoras da Città di Falconara, atual campeã italiana.

Convocatória da seleção portuguesa:

Guarda-redes: Ana Catarina (SL Benfica) e Odete Rocha (GCR Nun’Álvares)

Fixo: Inês Fernandes (SL Benfica)

Alas: Ana Pires (GCR Nun’Álvares), Carolina Rocha (Novasemente GD), Carolina Pedreira (Sporting CP), Cátia Morgado (GCR Nun’Álvares), Fifó (Città di Falconara), Maria Pereira (SL Benfica) e Sara Ferreira (SL Benfica)

Pivots: Carla Vanessa (GCR Nun’Álvares) e Janice Silva (Città di Falconara)

Universais: Ana Azevedo (FC Vermoim) e Pisko (GCR Nun’Álvares)

A convocatória [ver caixa] mistura a experiência com alguma juventude. A mais experiente é a já referida Ana Azevedo e do lado oposto está Carol, atleta de 22 anos do Novasemente, que soma apenas três internacionalizações A.

Nesta convocatória, nomes como Janice, terceira melhor jogadora do mundo de acordo com os prémios da Futsal Planet; Fifó, que com 21 anos já soma 47 internacionalizações A ou Ana Catarina, galardoada já por três vezes como a melhor guarda-redes do mundo, prometem destacar-se e espalhar magia no Pavilhão Multiusos de Gondomar.

Coletivo como arma

Luís Estrela treina algumas das jogadoras desta convocatória e rejeita fazer destaques individuais. O treinador principal da equipa feminina do Sport Lisboa e Benfica esteve à conversa com JPN e destacou o coletivo como principal arma desta seleção: “O mais forte é o coletivo. É uma seleção com algumas jogadoras jovens de muita qualidade. Temos soluções a todos os níveis, de qualidade individual e de estratégias coletivas suportadas por uma equipa técnica de muita qualidade que nos permite colocar patamares de rendimento muito elevados.”

A principal rival desta seleção é a seleção espanhola, como admitiu Luís Conceição, em conferência de imprensa. Espanha é a atual detentora do título, após uma vitória na final por 4-0 frente à equipa das quinas, e é a seleção mais temida da competição.

Durante a preparação, nuestras hermanas venceram todos os jogos à exceção de três dos quatros jogos que fizeram frente a Portugal. Nas meia-finais do Euro, vão defrontar a equipa ucraniana contra quem nunca perderam. Em três jogos frente às ucranianas, venceram os três, marcaram 12 golos e sofreram apenas um.

As comandadas de Oleg Shaytanov contam no rol de convocadas com duas jogadoras dos campeonatos portugueses: Kseniia Burlachenko da Quinta dos Lombos e Iryna Dubytska do Inter SC. A Ucrânia também esteve presente na primeira edição e ficou pelas meias-finais após ser eliminada pela seleção nacional. Esta sexta-feira terão em mãos a difícil missão de bater a atual campeã europeia.

Durante os próximos três dias, o JPN marcará presença no Pavilhão Multiusos de Gondomar para acompanhar a par e passo os acontecimentos desta segunda edição do Euro Futsal Feminino 2022.

Calendário do Euro Futsal Feminino 2022

01 de julho

Meias-finais
Espanha vs Ucrânia – 17h00
Portugal vs Hungria – 21h30 (Transmissão RTP1)

03 de julho

3º/4º lugar – 14h30
Final – 18h00

Espera-se casa cheia após um esforço por parte da Federação Portuguesa de Futebol em vender todos os bilhetes disponíveis por um valor simbólico (2 euros) a reverter a favor de uma entidade da área da responsabilidade social.

Depois desta edição, excecionalmente em ano par, o Europeu regressa em 2023 e a fase de qualificação começará já em outubro deste ano.

Artigo editado por Filipa Silva