Num duelo de rivalidade histórica, Messi abriu caminho para um triunfo difícil dos albicelestes sobre os mexicanos (2-0). O astro argentino inaugurou o marcador aos 64 minutos. O benfiquista Enzo Fernández fechou as contas aos 87’.

Lionel Messi inaugurou o marcador, já na segunda parte do jogo Foto: AFA - Selección Argentina / Facebook

No Catar, a ronda de jogos de sábado fechou com um escaldante Argentina-México, onde os argentinos procuravam responder à surpreendente derrota na primeira jornada, frente à Arábia Saudita.

Mais de 88 mil espetadores estiveram no estádio Luisail Iconic, para ver uma partida de domínio argentino do início ao fim, embora com escassas ocasiões de golo, que culminou com o génio de Lionel Messi a abrir caminho para uma vitória suada dos sul-americanos.

Scaloni mudou 5 peças em relação à derrota inesperada na ronda inaugural, frente aos sauditas. Acuña, Lisandro Martínez e Montiel substituíram, respetivamente, Tagliafico, Romero e Molina na defesa albiceleste. Já Paredes e Gómez deram lugar a MacAllister e Rodríguez no meio-campo.

Tata Martino, por seu lado, fez 3 alterações ao onze mexicano, apostando no sistema tático 5-3-2 com uma mentalidade extremamente defensiva, com intuito de travar o ataque argentino e sair rapidamente em contra-ataque com os velozes Lozano e Vega na frente.

Primeira parte sem história

Se, à partida, se antecipava um duelo intenso e cheio de oportunidades para ambos os lados – ainda que o favoritismo recaísse na Argentina -, o que se assistiu foi um primeiro tempo aborrecido e de desinspiração absoluta das duas seleções.

A Argentina tentou romper várias vezes a muralha que o México montou em frente a Ochoa, mas sem sucesso.

A falta de criatividade dos atacantes argentinos tornou o jogo dos comandados de Scaloni muito previsível e lento, o que facilitou a tarefa defensiva dos mexicanos.

A partida foi para intervalo sem nenhuma oportunidade de golo a assinalar, e com o nervosismo a aumentar, a cada minuto, nos jogadores argentinos. Não se adivinhava fácil o segundo tempo para a seleção albiceleste.

Messi acordou argentinos

Num jogo em que a pressão para ganhar estava toda do lado da Argentina – especialmente pelo desaire inaugural -, a fluidez do ataque continuou a não existir e parecia cada vez mais certo que seria preciso um golpe de génio para dar os 3 pontos à Albiceleste. Aos 64′, já quase a meio da segunda parte, a esperança ressurgia, pelos pés de Lionel Messi.

Di María tocou para o camisola 10, e o jogador do PSG desferiu de fora da área um remate rasteiro colocadíssimo, indefensável para Ochoa, o guardião mexicano.

O golo acalmou a seleção argentina, que controlou o restante jogo como quis, à exceção de alguns contra-ataques e lances de bola parada a favor do México, sem grande perigo para a baliza de Emi Martínez.

Já perto do apito final, num canto batido de forma curta, Messi assistiu Enzo Fernández, que atirou para o fundo da baliza depois de um bom trabalho de pés na área mexicana: foi o primeiro golo do jogador do Benfica no Mundial.

Contas feitas, a Argentina conquistou os primeiros pontos nesta edição do Campeonato do Mundo, no jogo com menos remates em toda a competição (9).

A Albiceleste subiu ao segundo lugar do grupo C, em igualdade pontual com a Arábia Saudita, e soma menos um ponto do que a Polónia, que defronta na derradeira ronda.

Já o México, com esta derrota, caiu para a última posição do grupo, e uma vitória frente aos sauditas na terceira jornada pode não ser suficiente para alcançar os oitavos de final da prova.

“Messi definiu a partida e sabe que tem um grupo por trás dele que o apoia”

No final do encontro, Lionel Scaloni mostrou-se satisfeito com a vitória argentina e deixou elogios à estrela da equipa, embora não tenha gostado do primeiro tempo da seleção que comanda: “A primeira parte não foi boa para ninguém. Corrigimos ao intervalo e começámos a jogar melhor, equilibrámos o meio-campo. Depois viu-se o que aconteceu, o 10 (Messi) definiu a partida e sabe que tem um grupo por trás dele que o apoia.”

Tata Martino, por outro lado, destacou as chances que o México ainda tem de passar à próxima fase do Mundial, embora admita que seja difícil: “Desde que se tenha uma oportunidade, é sempre necessário tentar. A Arábia também tem, tal como nós. É difícil. O segundo golo da Polónia e o segundo golo da Argentina causaram mais danos, por causa da diferença de golos”.

Na terceira e última jornada, está tudo por decidir no grupo C do Mundial. A Argentina enfrenta a Polónia na quarta-feira (30) às 19 horas, enquanto o México mede forças com a Arábia Saudita, à mesma hora.

Artigo editado por Fernando Costa