“The Golden Connection” é um projeto realizado por estudantes de Mestrado em Arquitetura Paisagística na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP). A ideia, que chegou à final da Streetlife Design Competition, consiste na criação de um passadiço que una a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), a Faculdade de Arquitetura (FAUP) e o planetário.

O “desenvolvimento urbano do década de 1960 que favorece os carros em vez de priorizar infraestruturas pedonais e cicláveis” foi uma das motivações por detrás do projeto, lê-se no manifesto, enviado ao JPN. Por isso, o principal objetivo é aproximar os estudantes da zona do Campo Alegre e facilitar os percursos entre infraestruturas. Mais ainda, querem combater as dificuldades associadas a mobilidade e falta de segurança na circulação pedonal da zona, provocada pelo intenso fluxo automóveis.   

Os passadiços fazem um aproveitamentos dos elementos já existentes, serpenteando pela copa das árvores. DR DR

A equipa responsável é composta por Alex Albuquerque, Isabelle Freitas, Mayara Mendes e Mariana Horta, tendo o plano de intervenção urbana sido desenvolvido no âmbito de uma unidade curricular lecionada pelo docente, e orientador, José Miguel Lameiras. Em declarações ao JPN, Isabelle Freitas explica que a escolha do local foi derivada de estarem “sempre naquela região que é um espaço esquecido, mas com potencial”.

Assim, o projeto – o único português no concurso -, traduz o conceito da própria competição: dar vida a espaços negligenciados. Perante a conquista, a estudante admite: “Nunca imaginámos chegar tão longe”.

Segundo a aluna de mestrado em arquitetura paisagística, o grupo inspirou-se na técnica japonesa kintsugi, que se baseia na utilização de ouro para unificar fragmentos de porcelana. Foi também esse conceito que deu nome ao percurso pedestre – que, em português, se traduz para “a conexão dourada”.

Um dos propósitos do plano é promover o contacto e a interação social. DR

A estrutura pedonal está projetada no topo das árvores, serpenteando ao longo da área abrangida. Para além de facilitar a vida dos estudantes, Isabelle Freitas reforça que a ponte pode-se tornar um ponto turístico na cidade, tendo em conta “a vista sobre o rio e possíveis pontos de miradouro”.

Mas não é só. O plano urbanístico prevê igualmente o aproveitamento e acrescento de áreas verdes, com a construção de praças e espaços lúdicos que promovam, além do acesso melhorado, uma maior interação social.

Tanto os criadores da estrutura como José Miguel Lameiras, docente orientador, não sabem se será possível tornar real. No entanto, esperam que a participação internacional “venha alertar, quer a Universidade do Porto quer a Câmara do Porto, para um potencial que existe para coser espaços que estão fragmentados”. 

O concurso avalia propostas urbanísticas e paisagistas, juntando estudantes universitários de todo o mundo. Os participantes podem ganhar prémios que variam entre os mil e os 7 mil euros. “The Golden Connection” vai agora ser apresentado na fase final da competição, a 24 de Março, em Leiden, nos Países Baixos. Na corrida estão 12 propostas, vindas dos EUA, Reino Unido, Ucrânia, Alemanha, Itália, Países Baixos, Bélgica, República da Irlanda e Chéquia.

Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira