De acordo com um comunicado oficial do Serviço Prisional de Yamalo-Nenets, Navalny ter-se-á "sentido mal" depois de uma caminhada. Ainda não são conhecidas as causas da morte de Alexey Navalny.
O opositor russo estava detido no estabelecimento prisional de Yamalo-Nenets Foto: Анна Плотникова // Anna Plotnikova/Wikimedia Commons
Alexey Navalny, de 47 anos, morreu esta sexta-feira (16), de acordo com um comunicado oficial do Serviço Prisional de Yamalo-Nenets. O comunicado, publicado no site oficial da instituição, afirma que Navalny se terá “sentido mal” depois de uma caminhada. O ativista, que terá ficado inconsciente, recebeu atendimento médico, mas as tentativas de reanimação não tiveram sucesso.
Navalny estava, desde janeiro de 2021, a cumprir uma pena de 19 anos por crimes relacionados com a sua posição contrária ao Kremlin. Em dezembro, o opositor esteve desaparecido durante três semanas, enquanto seria transferido da prisão da província de Vladimir para a colónia penal IK-3. A prisão, situada a Norte do Círculo Polar Ártico, é conhecida por ser uma das mais severas e violentas da Rússia.
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, o Presidente russo, Vladimir Putin, já foi informado da morte do Navalny. Contudo, a equipa do ativista ainda não confirmou esta informação. A porta-voz do Ministério dos Negócio Estrangeiros russo ironizou a morte do ativista: “As conclusões do Ocidente já estão prontas“. Para o vice-líder da Comissão de Assuntos Internacionais da Rússia, a morte do opositor de Putin “foi um acidente”.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já reagiu à morte de Alexey Navalny: “Obviamente foi morto por Putin”. Também o chanceler alemão, Olaf Scholz, se pronunciou sobre a situação, dizendo que “Navalny pagou a coragem com a vida“. Charles Michel, Presidente do Conselho Europeu acusa a Rússia de ser a “única responsável” pelo óbito do opositor russo.
“Temos que apurar todos os factos e a Rússia tem de responder a todas as dúvidas sobre as circunstâncias da sua morte”, avisa Stoltenberg, secretário-geral da Organização do Tratado Atlântico Norte (NATO).
A morte do principal opositor de Putin acontece a quase um mês das eleições presidenciais russas, marcadas para 17 de março. Ainda não são conhecidas as causas da morte de Navalny.
Conhecido como o maior opositor de Putin, Alexey Navalny era político e ativista. Foi responsável pela investigação de casos de corrupção e alegadas fraudes eleitorais do Kremlin e é um dos maiores protagonistas dos protestos de 2011 e 2012. Desde então, dedicava-se à denúncia dos abusos do regime político russo. No verão de 2020, quando regressava a Moscovo, Navalny foi envenenado, no que se pensa ter sido uma tentativa de assassinato. Depois de ter recebido cuidados médicos na Alemanha, regressou à Rússia, onde foi, imediatamente, preso.
Última atualização às 13h36 no dia 16 de fevereiro.
Editado por Inês Pinto Pereira
