Se vencer as eleições, Vladimir Putin avança para um quinto mandato presidencial. A Ucrânia pediu aos Estados aliados para não reconhecerem os resultados destas eleições, que considera “ilegais e vazias”.

Esta é a primeira vez que as eleições presidenciais se estendem por três dias. Foto: President of Russia/Twitter

As eleições presidenciais russas têm início esta sexta-feira (15) e prolongam-se até domingo (17). No caso da reeleição de Vladimir Putin, que se prevê mais que certa, o atual Presidente da Rússia avança para um quinto mandato presidencial, que vai durar até 2030, ano em que completa 30 anos no poder.

Sem oposição independente e com grande parte da informação do país controlada pelo Kremlin, este parece ser o cenário mais previsível. Estão a concorrer às eleições presidenciais outros três candidatos, todos eles considerados pró-Kremlin: Leonid Slutsky, do Partido Liberal Democrático, Nikolay Kharitonov, do Partido Comunista, e Vladislav Davankov, do Partido do Novo Povo.

Segundo a Comissão Eleitoral Central, 112,3 milhões de eleitores são chamados às urnas na Rússia, nas regiões ocupadas na Ucrânia e na península ucraniana da Crimeia, anexada em 2014. A estes, juntam-se os 1,9 milhões de votantes no estrangeiro.

Esta é a primeira vez que as eleições presidenciais russas se estendem por três dias. Além disso, vai ser possível votar online em 29 regiões.

Perante este panorama, a Ucrânia disse que as presidenciais nos territórios ocupados são “ilegais e vazias”. O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano apelou aos aliados internacionais para não reconhecerem os resultados destas eleições.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, felicitou ironicamente o Presidente russo pela sua “vitória esmagadora”. “Sem oposição. Sem liberdade. Sem escolha“, escreveu na rede social X (antigo Twitter).

Na última quarta-feira (13), em entrevista à televisão russa Rossiya-1 e à agência de notícias estatal RIA Novosti, o Presidente russo disse que “as armas existem e são para serem usadas”. Putin assumiu ainda a possibilidade de uma guerra nuclear: “do ponto de vista técnico, claro que estamos prontos [para uma guerra nuclear]”.”Os mísseis estão sempre em prontidão para o combate“, acrescentou, negando que “esteja a avançar nesse sentido”.

Tendo em conta a ameaça russa na Europa, a Alemanha já disse que está a avaliar a possibilidade de reintroduzir o serviço militar obrigatório, suspenso desde 2011. A ideia está, no entanto, a dividir os partidos alemães.

Editado por Inês Pinto Pereira