O ataque desta sexta-feira ao Crocus City Hall, reivindicado pelo Estado Islâmico, já fez mais de uma centena de mortos. É considerado o mais mortífero dos últimos 20 anos na Rússia.

O ataque aconteceu no Crocus City Hall, uma sala de espetáculos situada no Noroeste de Moscovo. Foto: Wikimedia Commons

O ataque terrorista da última sexta-feira (22) no Crocus City Hall, uma sala de espetáculos em Krasnogorsk, no Noroeste de Moscovo, fez, pelo menos, 182 feridos e 139 mortos, incluindo três crianças, segundo a agência de notícias russa RIA.

Os dados mais recentes dão conta de que foram detidos 11 homens suspeitos de estarem envolvidos no ataque. Quatro deles – Dalerdzhon Mirzoyev (32), Saidakrami Rachabalizoda (30),  Shamsidin Fariduni (25) e Mukhammadsobir Faizov (19) – foram acusados de cometer um ataque terrorista e condenados a prisão preventiva por dois meses. A Associated Press avança que dois deles confessaram o seu envolvimento no ataque.

Os suspeitos terão chegado ao Tribunal Distrital de Basmanny, em Moscovo, com sinais de agressões. Perante este cenário, Ben Saul, Mariana Katzarova e Alice Jill Edwards, relatores da ONU para a promoção dos direitos humanos e luta contra o terrorismo, recordaram que “todos os suspeitos têm direito a um julgamento justo perante um tribunal independente e imparcial e a condições de detenção humanas”. Os especialistas referiram ainda que “a tortura compromete julgamentos justos e frustra a justiça para as vítimas de terrorismo”.

O Presidente russo condenou o ataque, descrevendo-o como um “crime bárbaro” e “sangrento”. Vladimir Putin disse estar convicto de que o Ministério Público russo vai garantir que os criminosos recebam um “castigo justo”.

Apesar de já ter atribuído a autoria do ataque ao ISIS-K e a “radicais islâmicos”, Putin insiste, segundo a agência russa RIA, em culpabilizar a Ucrânia e não descarta que Kiev possa ter ligação ao atentado.

Na madrugada de domingo (24), o Daesh divulgou um vídeo, no qual é possível ver os momentos iniciais do ataque, o que vem sustentar a responsabilização jihadista sobre o ataque.

A embaixada dos EUA em Moscovo emitiu, no passado dia 7, um comunicado público, no qual alertava para a possibilidade de um ataque iminente sobre a capital russa, aconselhando, por isso, os cidadãos americanos na cidade a evitarem grandes ajuntamentos nas 48 horas seguintes. Mais de uma semana depois, a 19 de março, Vladimir Putin desvalorizou e rejeitou o aviso, considerando-o uma “provocação” e “chantagem” com o objetivo de “destabilizar a Rússia”.

Memorial às vítimas do atentado terrorista de 22 de março Foto: Wikimedia Commons

Depois do atentado terrorista, Putin decretou um dia de luto nacional e seguiram-se inúmeras homenagens às vítimas. Este foi o ataque mais mortífero dos últimos 20 anos na Rússia.