O evento literário, que celebra a 25.ª edição, decorre até 26 de fevereiro na Póvoa de Varzim. Este ano, o programa foi desenhado a pensar na palavra “liberdade”, fazendo referência aos 50 anos do 25 de Abril. A entrada é gratuita.
O festival literário Correntes d’Escritas, que junta escritores de expressão ibérica na Póvoa de Varzim, vai contar com a presença de mais de 120 convidados de 16 nacionalidades, entre os quais estão nomes como Ricardo Araújo Pereira, Valter Hugo Mãe e os vencedores do Prémio Camões, Hélia Correia (2015) e Germano Almeida (2018).
Até agora, nas 24 as edições do “Correntes d’Escritas” já foram lançados mais de 500 livros e estiveram presentes mais de mil autores provenientes de três continentes – Europa, América do Sul e África. Este é o balanço que faz Luís Diamantino, vereador da Cultura da Póvoa de Varzim, em conversa com o JPN.
No evento em que o livro é o “protagonista maior”, chegar a toda a população do concelho é um objetivo, que vai ser cumprido através da realização de mesas de conversa nas 12 freguesias que compõem o município. “É importante descentralizar, não ser só na cidade”, afirma Luís Diamantino.
As mesas do “Correntes d’Escritas” vão também passar pelas escolas da Póvoa, sendo, para o vereador da Cultura da cidade, uma forma de “promover o livro junto dos mais jovens”. Uma aposta que parece surtir efeito, pois o vereador assegura que o evento também tem, atualmente, um público mais juvenil. “No início, eram professores, eram pessoas que estavam reformadas [que vinham ao “Correntes d’Escritas”]. Agora, olhamos para a plateia e também vemos gente jovem, o que é uma vitória”, diz.
Para além da celebração dos 25 anos do festival literário, também se celebra meio século da elevação da Póvoa de Varzim a Cidade, bem como da revolução do 25 de Abril de 1974, algo que a organização do “Correntes d’Escritas” considera como uma “feliz coincidência” e que não deixa passar em branco. Dessa forma, explica-se a pertinência do tema escolhido para a nova edição: a liberdade. Um evento onde “não há barreiras”, nem “qualquer espécie de limitação”, podendo os escritores dizer “aquilo que querem, sentem e imaginam”, e no qual os leitores têm liberdade para falar com eles.
Embora as mesas de conversa sejam um grande destaque do “Correntes d’Escrita”, entre 17 e 26 de fevereiro vão decorrer outras atividades paralelas, como a apresentação de livros, que, segundo Luís Diamantino, serão cerca de 40. Conversas entre escritores são outro dos destaques, onde o público poderá ver autores como José Carlos de Vasconcelos em diálogo com Hélder Macedo ou Valter Hugo Mãe a conversar com Maria João Costa. Haverá, ainda, uma edição especial do “Programa cujo nome estamos legalmente impedidos de dizer”, com Pedro Mexia, João Miguel Tavares, Carlos Vaz Marques e Ricardo Araújo Pereira, na sexta-feira, 23 de fevereiro.
Nesta edição, a novidade é o Primeiro Encontro de Tradutores, que vai consistir em três mesas de diálogo entre escritores e tradutores, algo que Luís Diamantino destaca: “Quando um tradutor está a fazer a tradução de um romance, de poesia, corre o risco de ser ele próprio o autor, ou seja, de fazer outro livro”. Para o vereador da cultura da Póvoa de Varzim, “será interessante ver esse diálogo entre uns e outros”. Tradutores de língua gestual também vão estar presentes nas mesas de conversa, garante Diamantino.
O “Correntes d’Escritas” decorre no Cine-Teatro Garrett, no centro da cidade da Póvoa de Varzim. A entrada é gratuita e não há limite de pessoas, contudo o espaço tem 500 lugares sentados. O programa completo para a 25.ª edição do evento pode ser consultado online.
Editado por Filipa Silva