Amôlê” é o nome dado à iniciativa que nasceu em setembro e tem como objetivo promover o desenvolvimento da saúde da população de Lembá, distrito de São Tomé e Príncipe. “Amôlê significa ‘amor’ em crioulo regional da Ilha de São Tomé e achamos que esse nome seria o mais indicado pela parte social e porque, como aprendemos, tratar pessoas não é só medicar mas também dar amor e atenção, numa vertente mais humana”, afirma Sabina Belchior, uma das promotoras do “Amôlê”, ao JPN.

O projeto de voluntariado surgiu no âmbito de uma unidade curricular do curso de Medicina da Universidade do Minho (UM) na qual se exige que os aspirantes a médicos frequentem um estágio clínico, dentro ou fora do país. As estudantes portuguesas partem para o Centro de Saúde de Lembá a 8 de junho, local onde vão estagiar.

Sabina Belchior conta ao JPN que o projeto vai além das funções médicas e que o cariz solidário surgiu quando as estudantes entraram em contacto com o centro de saúde onde vão estagiar e com as Irmãs Franciscanas onde vão ficar alojadas durante o período de estágio: “Através delas conseguimos a oportunidade de enviar, além de material médico, material escolar e roupas através de um contentor”, notou a aluna de medicina.

Estágios à parte, o envio dos equipamentos no contentor ficou a cargo das estudantes da UM e foi a partir daí que surgiu a necessidade de criar uma campanha de “crowdfunding” e de vender canetas personalizadas com o fim de arrecadar dinheiro para pagar o transporte do material que foi doado e para possíveis compras de novos equipamentos: “Como queríamos fazer algo além das funções médicas, começámos a angariar material hospitalar. Depois acabámos por angariar material escolar e alguma roupa que serão enviados através de um contentor”. A estudante diz ainda que os equipamentos serão distribuídos pelos vários centros de saúde da região e pelas áreas mais necessitadas, com a ajuda dos médicos de Lembá.

O projeto tem vindo a crescer nos últimos dias e conta com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo e da Universidade do Minho e das empresas Bramedica Fisio, Utilmédica, Trifar Ortopedicos, Selva Dos Animais Domésticos, Gabinete de Atendimento à Família, webraga.pt, Braga TV, Gazeta do Rossio e do jornal online “O Minho”.

Orçamento e prazos estabelecidos

O projeto “Amôlê” está a aceitar doações monetárias através da plataforma PPL. A campanha de “crowdfunding” teve início no dia 16 de fevereiro e só poderá ser financiada se atingir um valor mínimo de 500 euros até 13 de abril.

Catarina e Sabina pretendem investir o dinheiro angariado em equipamento médico e em ações de solidariedade: 250 euros em medicação e materiais médicos, 100 em produtos para bebés e 150 despesas de envio do material, que será transportado num contentor para a Ilha de São Tomé e Príncipe.

Até à data, o projeto já conseguiu angariar 273 euros, 54% do valor mínimo pretendido.

Artigo editado por Filipa Silva