Foi um fim de semana atípico no fluxo noticioso. O dia 7 de janeiro de 2017 ficaria marcado pelo falecimento do ex-Presidente da República Mário Soares. O dia seguinte haveria também de ser ensombrado pela palavra morte. No caso, a de Guilherme Pinto, ex-presidente da Câmara Municipal de Matosinhos (CMM), e ainda de Daniel Serrão, médico e antigo professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Um ano depois, a CMM anuncia duas iniciativas de homenagem ao homem que governou o município entre 2005 e 2017, tendo renunciado ao cargo que ocupou ao longo de 11 anos cerca de uma semana antes de falecer, dado o agravamento do seu estado de saúde.

Pelas 12h00 desta segunda-feira, 8 de janeiro, haverá uma cerimónia solene de deposição das cinzas de Guilherme Pinto no columbário do Cemitério de Sendim. Mais tarde, pelas 21h30, o Salão Nobre dos Paços do Concelho acolhe “uma evocação do homem, do político e do autarca”, na qual vão intervir o padre Américo Aguiar, diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja e presidente da Rádio Renascença, Manuel Pizarro, líder da distrital do Porto do Partido Socialista, o conselheiro de Estado António Lobo Xavier e a atual presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro.

Guilherme Pinto nasceu em Matosinhos em 1959 e faleceu aos 57 anos, vítima de doença prolongada.

Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi deputado da Assembleia da República e da Assembleia Municipal de Matosinhos, entrando para a vereação da autarquia em 1989.

A CMM sublinha que o antigo autarca “é responsável por um legado de modernidade, inovação e criatividade que contribuíram para o reforço do Poder Local Democrático em Portugal”.

Para além das funções exercidas na Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto foi presidente da Casa da Arquitectura: Centro Português de Arquitectura, do Fórum Europeu para a Segurança Urbana (EFUS) e do Conselho de Administração da Rede Europeia das Cidades e Escolas de Segunda Oportunidade. Ocupou também diversos cargos no seio do Partido Socialista, de quem se “divorciou” em 2013 e com quem se reconciliou já sob a liderança de António Costa, entre os quais o de membro do Gabinete de Estudos e da Comissão Nacional do PS. Foi ainda vice-presidente da Junta Metropolitana do Porto e cofundador da Fundação da Juventude e da Casa da Música.